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terça-feira, 3 de março de 2009

Cuba: queda do "último talibã fidelista"

A plataforma dissidente "Cuba Democracia Já" considerou que a remodelação do governo cubano e a destituição do chefe da diplomacia sigfnifica a queda do "último talibã fidelista" e o início da "era raulista".

Esta nova etapa é "continuidade" da ditadura castrista "mas com sabor a Raul (Castro)", defendeu a plataforma presidida por Rigoberto Carceller, que inclui a parte da dissidência cubana em Espanha.

Num comunicado difundido hoje em Madrid, a organização indicou que a remodelação do governo cubano anunciada nas últimas horas pelo Presidente, Raul Castro, "ilustra" as "claras intenções do novo ditador de garantir um protagonismo que nunca teve em 50 anos de ditadura fidelista" (de Fidel Castro).

Segunda-feira, a televisão de Estado cubana anunciou que o Presidente cubano, Raul Castro, efectuou a primeira remodelação ministerial desde que sucedeu ao irmão Fidel, 82 anos, há um ano.

A reestruturação inclui a saída de Felipe Pérez Roque da pasta da diplomacia, a redução dos poderes do vice-presidente do Conselho de Estado, Carlos Lage, e mudanças em mais de dez Ministérios.

Além destas mudanças, a remodelação também prevê fusões de Ministérios ligados à economia para tornar mais "funcional" um aparelho de Estado muito burocratizado, explicou o general Raul Castro, 77 anos, citado pela televisão de Estado.

Na liderança das Forças Armadas revolucionárias durante meio século antes de assegurar a difícil sucessão do irmão doente, Raul Castro tinha prometido, desde que assumiu o poder, aligeirar o fardo da burocracia para ajudar a relançar uma economia em situação difícil.

Quando Cuba adoptou há meses uma ofensiva diplomática em todos os sentidos que viu deslocar-se à ilha diversos chefes de Estado, Raul Castro decidiu demitir o mais jovem ministro cubano, Felipe Pérez Roque, 43 anos.

Roque, que dirigia a diplomacia cubana desde 1999, foi substituído pelo primeiro-vice-ministro, Bruno Rodriguez, 51 anos, que representou Cuba nas Nações Unidas de 1995 a 2003.

O novo chefe da diplomacia que assume funções num momento chave para Cuba, devido a uma eventual evolução da política norte-americana, nomeadamente ao embargo em vigor há 47 anos, com a chegada à Casa Branca de Barack Obama.

Carlos Lage, 57 anos, tido como uma figura importante dos "reformadores" no seio do Partido comunista, conserva as funções, mas é substituído como chefe de gabinete pelo general José Amado Ricardo Guerra, actual secretário do Ministério das Forças Armadas Revolucionárias.

Raul Castro decidiu juntar os Ministérios do Comércio Externo e dos Investimentos Estrangeiros e nomear para a liderança deste Rodrigo Malmierca Diaz, 52 anos, um economista que representou Cuba na ONU. O Ministério da Indústria Alimentar foi fundido com o das Pescas.

"Precisamos de uma estrutura mais compacta e funcional com menos organismos na administração central do Estado e uma melhor repartição de funções", explicou Raul Castro, citado pela televisão.

"As instituições são um dos pilares da invulnerabilidade da Revolução no terreno político e é por isso que devemos trabalhar constantemente para o seu aperfeiçoamento", adiantou, prometendo continuar a reduzir o aparelho de Estado, composto por 27 Ministérios.




http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1158998

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