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sábado, 19 de junho de 2010

Escola Bíblica Dominical


A publicação da Lição da Escola Bíblica Dominical neste Site, é fruto da obediência a Deus. Ele pôs em minha mente o propósito de fazer a divulgação do conteúdo espiritual que recebemos em nossas Igrejas a cada manhã de domingo, é para que semanalmente nossos irmãos que se encontram  espalhados pelo mundo a fora, possam igualmente participar do mesmo pão. 
                               
No cumprimento a esta missão de divulgar o Evangelho por lugares desfavorecidos do acesso a este conteúdo diretamente da Revista, os Missionários possam igualmente compartilhar deste pão com os filhos de Deus sob suas orientações, do mesmo ensino recebidos da Palavra de Deus no Brasil, publicado na Revista; Lições Bíblicas da Escola Dominical veiculado através deste Site.
Tenho a certeza de que estou cumprindo como servo do Senhor meu Deus, mais uma vez, o dever de servo, junto a evangelização internacional, nacional e Igrejas que não desfrutam de acesso favorável e de um conteúdo organizado especificamente para o ensino pessoal e em grupo como igrejas  e etc.
Em virtude da cobertura do Blog ser a nível internacional, utilizamo-lo como o veículo adequado para o cumprimento dessa tarefa de levar esta Mensagem a todos os continentes de nosso planeta,o mais belo de todos no Universo, que só foi criado por causa do homem.
À Missão Nacional, Internacional e Igrejas de difícil acesso.  
Lição 12 de 13, 20 de Junho de 2010.
TEMAA OPÇÃO PELO POVO DE DEUS 
TEXTO ÁUREO – “Escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do pecado; tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo” (Hb 11. 25, 26).
VERDADE PRÁTICA – Como homens de Deus, esta é a única alternativa: optar em permanecer com o povo de Deus, ainda que isto nos custe sacrifícios, perda e até a própria vida.
HINOS SUGERIDOS – 28, 77, 96.
LEITURA BÍBLICA – Jeremias 40.1-6
1 - Palavra que veio a Jeremias, da parte do SENHOR, depois que Naburazadã, capitão da guarda, o deixou ir de Ramá, quando o tomou, estando ele atado com cadeias no meio de todos os do cativeiro de Jerusalém e de Judá, que foram levados cativos para a Babilônia;
2 - porque o capitão da guarda levou a Jeremias e lhe disse. O SENHOR, teu Deus, pronunciou este mal contra este lugar;
3 – e  o SENHOR o trouxe e fez como tinha dito, porque pecastes contra o SENHOR e não obedecestes a sua voz; pelo que vos sucedeu tudo isto.
4 – Agora, pois, eis que te soltei, hoje, das cadeias que estavam sobre as tuas mãos. Se te apraz vir comigo para a Babil6nia, vem, e eu velarei por ti; mas, se te não apraz vir comigo para Babilônia, deixa de vir. Olha: toda a terra está diante de ti; para onde parecer bom e reto aos teus olhos que vás, para ali vai.
5 - Mas, como ele ainda não tinha voltado, disse-lhe: Volta a Gedalias, filho de Aicão, filho de Safã, a quem o rei da Babilônia pôs sobre as cidades de Judá, e habita com ele no meio do povo; ou, se para qualquer outra parte te aprouver ir, vai. Deu-lhe o capitão da guarda sustento para o caminho e um presente e o deixou ir.
6 - Assim, veio Jeremias a Gedalias, filho de Aicão, a Mispá e habitou com ele no meio do povo que havia ficado na terra.
INTRODUÇÃO
O que Jeremias profetizara, cumpriu-se. Jerusalém foi destruída; O povo jaz cativo; os mortos acumulam-se nas ruas e nas praças!
Em meio a tragédia, o comandante babilônio oferece uma opção ao profeta. Se quisesse, poderia ficar em Judá com o remanescente. Ou, então, ser levado a Babilônia onde seria tratado com real deferência. Uma vez mais, demonstrando sua fidelidade a Deus e sacrificando-se pelo povo a quem tanto amava sem ser amado, opta Jeremias por permanecer em Judá.
Neste domingo, o Senhor também nos chama a fazer uma opção. Pela fé, optou Moises pelo povo de Deus: "Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado; tendo por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa" (Hb 11.25,26).
I. AS PROFECIAS DE JEREMIAS SE CUMPREM
1. A destruição de Jerusalém. Aquele ano jamais seria esquecido: 586 a.C. No calendário hebreu, corria o décimo mês do nono ano do rei Zedequias (Jr 39.1). Nesta data, os exércitos de Babilônia derribam os muros de Jerusalém e profanam a mais formosa das cidades. Em seguida, deitam por terra o Santo Templo, matam ao rei Zedequias e levam cativos, à Babilônia, os judeus mais aquinhoados e ricos. Na terra, já tomada pela desolação e pavor, deixam apenas os pobres e desvalidos.
Para se ter uma imagem mais clara desta tragédia, leia as seguintes passagens: Jeremias 39; 2 Reis 25 e 2 Crônicas 36.
2. O fiel cumprimento das palavras de Jeremias. Cumprem-se as palavras de Jeremias; nenhuma delas cai por terra. Ali estava um homem de Deus que falou em nome de Deus, mas o povo de Deus não lhe deu ouvidos. Onde, agora, os profetas que, superficialmente, curavam as feridas do povo? Onde aqueles que prometiam paz e prosperidade? Que esta lição seja devidamente considerada por todos nós.
II. A OPÇÃO DE JEREMIAS
1. Jeremias sob custódia. Com a captura de Jerusalém, o profeta fica sob a custódia de Nebuzaradã (Jr 40.1,2), que o encontrara nas cercanias de Ramá, localizada a poucos quilômetros ao norte de Jerusalém. Esta cidade, pertencente a tribo de Benjamim, serviu provavelmente de centro de triagem para separar os judeus que seguiriam a Babilônia dos que permaneceriam na terra.
Algemado, o profeta é levado à presença do capitão babilônio que, seguindo a instrução de seus superiores, trata-o com respeito e consideração (Jr 40.1,4). Afinal, Jeremias sempre aconselhara os reis de Judá a não se arvorarem contra Babilônia nem a bandearem para o lado dos egípcios.
2. A teologia em boca de ímpio. Quando o capitão da guarda babilônica encontrou a Jeremias, pôs-se a teologizar: "O SENHOR, teu Deus, pronunciou este mal contra este lugar; e o SENHOR o trouxe e fez como tinha dito, porque pecastes contra o SENHOR e não obedecestes a sua voz; pelo que vos sucedeu tudo isto" ( Jr 40.3,4).
Como um gentio idólatra e estranho à comunidade de Israel poderia ter uma ideia tão clara da justiça de Deus? De qualquer forma, havia ele entendido perfeitamente a justiça divina, enquanto que os judeus, iludidos pelos falsos profetas e pregadores, esperavam uma paz que não existia e uma prosperidade que já era miséria.
É hora de despertarmos dessa letargia, e passar a entender o que nos tem reservado o Senhor (Ef 5.14-18). Se perseverarmos na fé, herdaremos as eternas bem-aventuranças. Caso contrário: seremos destruídos (Is 30.21).
3. A opção de Jeremias. O mesmo Nebuzaradã oferece uma opção a Jeremias: "Agora, pois, eis que te soltei, hoje, das cadeias que estavam sobre as tuas mãos. Se te apraz vir comigo para a Babilônia, vem, e eu velarei por ti; mas, se te não apraz vir comigo para Babilônia, deixa de vir: Olha: toda a terra está diante de ti; para onde parecer bom e reto aos teus olhos que vás, para ali vai" ( Jr 40.5).
O profeta poderia ter optado por Babilônia onde certamente haveria de ser bem tratado. Mas lá já estavam dois profetas: Daniel e Ezequiel. Ao passo que, em Judá, nenhum pastor havia para aquela gente abandonada. Por isso, opta Jeremias por ficar com os restantes do povo de Deus. Assim, põe-se sob a proteção de Gedalias - um nobre judeu encarregado de governar a terra em nome do governo babilônio.
Você já fez a sua opção pelo povo de Deus? O povo de Deus necessita de quem lhe cuide da alma e lhe unte as feridas.
III. COMO OS HERÓIS DA FÉ FIZERAM SUAS OPÇÕES
A semelhança de Jeremias, muitos foram os homens e mulheres que optaram pelo povo de Deus. Vejamos alguns deles.
1. A opção de Abraão. Vivia o patriarca confortavelmente em Ur dos Caldeus, quando Deus o chamou a peregrinar até à terra de Canaã, onde dele faria o Senhor uma grande nação. E diz a Bíblia que Abraão saiu, em obediência à Palavra do Senhor, sem saber para onde ia (Gn 12.1-3). Ao fazer a sua opção, Abraão não era nem israelita nem judeu; não passava de um gentio que, pela fé, aceitara plenamente a vontade divina (Dt 26.5).
2. A opção de José. O jovem governante do Egito bem poderia ter ignorado a penúria de seus irmãos, e havê-Ios castigado como eles o mereciam. Mas o que fez Jose? Optou por socorrê-Ios na angustia, pois para isto fora guindado a um cargo tão elevado (Gn 45.3-8).
3. A opção de Moisés. Moisés abriu Mao de toda a luxúria do Egito, pois não ignorava a missão que lhe confiara o Senhor (Hb 11.23-26).
4. A opção de Ester. Ester também poderia haver optado por ficar no palácio de Assuero, desfrutando de todas as benesses e cortesanias, enquanto seu povo era trucidado pelo malvado Hamã. Mesmo com o risco de perder a vida, enfrentou ela o perigo. E, assim, com oração e jejum salvou os judeus de morte certa (Et 4.14-1 6).
5. A opção de Jesus. Que incomparável exemplo nos oferece o Senhor Jesus! Embora igual a Deus, renunciou a glória que sempre desfrutara junto ao Pai, a fim de morrer por nós pecadores. Este é o exemplo que devemos seguir. Esvaziou-se de sua gloria para que viéssemos a compartilhar de todos os bens que nos preparou o bondoso Deus (Fp 2.5-11).
CONCLUSAO
Já fez sua opção pelo povo de Deus? Ou ainda esta a divertir-se com os privilégios oferecidos por este mundo? Quantos obreiros que, ao invés de levar adiante o ministério que lhes confiou o Senhor Jesus, não estão a trocar a gloria de Deus por aquilo que não e de nenhum valor! E quantos jovens que, desprezando o chamamento ministerial de Deus, não estão a optar pelo efêmero e passageiro mundo (1 jo 2.17).
Jeremias optou por sofrer com o povo de Deus, levando alento aquela gente que já não tinha qualquer esperança. Qual a sua opção? 



Postado Por Dc. Alair Alcântara


Liberdade





terça-feira, 15 de junho de 2010

Velhos e novos fariseus (comentário a Mateus 23:1-12)


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Por Jorge Fernandes
A Bíblia esteve nas mãos dos judeus e, ainda que a estudassem diligentemente, não compreendiam os reais propósitos divinos; escutavam muitas vozes, muitas sugestões, muitas interpretações, mas a voz do Espírito Santo era-lhes por silêncio. De forma diabólica, os escribas e sacerdotes ouviam apenas a si mesmos e aos seus pares, corrompendo e acrescentando à palavra de Deus seus próprios conceitos, insuflando o povo a segui-los como se fosse o conselho divino. É o que está escrito: “Na cadeira de Moises estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem. Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com seu dedo querem move-los” (Mt 23.1-4).
Ao sentarem-se na cadeira de Moisés, os líderes do templo liam as Escrituras, tanto a Lei como os Profetas, explicavam-nas e ensinavam-nas, de forma que cumpriam o trabalho honrado de preservar e propagar a palavra escrita. Contudo, a despeito da autoridade investida (eram também juízes no tribunal onde a Lei Mosaica era a lei civil), suas atitudes não eram compatíveis com aquilo que proferiam. Eles eram “atores”, interpretavam o papel de alguém que não é, não pode ser, ou não quer ser. O hipócrita encontra-se no mais miserável de todos os estados, o de guiar os outros quando está completamente perdido; e de ser incapaz de ver a própria ruína e inutilidade. Por isso, Cristo exortou o povo a ouvi-los, mas não a segui-los (1).
Por diversas vezes, Ele os chamou de hipócritas, insensatos, cegos, assassinos, raças de víboras. Há os que vêem nas palavras do Senhor uma admoestação branda, um apelo amoroso para que os fariseus e escribas se convertessem da sua disposição ao pecado e a oposição a Deus. Porém, em Mateus 23, Jesus os censura duramente através de uma série de “ais” e em descrições pormenorizadas das suas atitudes pecaminosas. Não vejo, na contundência de Suas afirmações, nenhuma demonstração de amor para com o alvo do Seu ataque. Antes, em Suas palavras, é visível a sentença condenatória.
A forma como os “ais” são proferidos, mostram a nítida ira do Senhor para com aqueles homens; e não há porque ser diferente, visto que a Bíblia revela a soberana autoridade de Cristo para salvar e também para condenar. E é esse o caso. Cristo está a julgar os principais. Aqui Ele não se refere a eles como amigos, mas como a inimigos. Parece que, de certa forma, para alguns, se Ele está julgando-os, está agindo injustamente. Mas, lembremo-nos de três coisas:
1-Cristo é Deus. A segunda pessoa da Trindade Santa; o Filho eterno; nosso Senhor e Salvador, cuja morte na cruz propiciou a libertação e vida a muitos; Aquele pelo qual todas as coisas foram feitas; e pelo qual o mundo será julgado. Portanto, se há alguém com autoridade, justiça, santidade e retidão para julgar qualquer pessoa ou evento no universo, esse alguém é o Verbo encarnado: Jesus Cristo.
2-A ira divina é santa. Ela é o reflexo da Sua justiça. Portanto, dizer que Cristo, ao mesmo tempo em que se ira e condena, o faz em amor ao objeto da Sua ira e condenação é, no mínimo, uma contradição. O problema é que se espalhou pelo mundo que Deus ama a todos, quando, na verdade, Deus ama aquele que o obedece, aquele que cumpre os Seus mandamentos, aquele que foi regenerado e lavado no sangue do Seu Filho amado, os eleitos, pelo qual morreu e se entregou para que fossem salvos. Quem se atreverá a rogar por aquele que Deus condena? Ao fazê-lo, não estará questionando a Sua justiça e a santidade? E se fazendo como ele? O “ai” de Cristo é uma acertiva inexorável, do qual não se pode escapar.
3-Deus é justo, e não pode ser questionado por ninguém. Foi o que Ele disse a Jó: “Porventura também tornarás tu vão o meu juízo, ou tu me condenarás, para te justificares?” (40.8).
O que não quer dizer que Cristo não tenha outro objetivo em mente. O alvo do Seu amor está implícito na maneira com que os condena, e desta forma, todos os eleitos lerão e ouvirão aqueles exemplos como alerta para não repeti-los, para afastarem-se deles, para condená-los igualmente, e assim, buscarem fazer exatamente o oposto do que os líderes de Israel faziam. Em outras palavras, Cristo revela-nos toda a sordidez e vilania dos fariseus e escribas, condenando-as e a eles, para que nós visualizemos o erro, saibamos do desagravo de Deus a quem os comete, e nos afastemos de suas práticas. O alvo da Sua ira é a liderança judaica e seus seguidores, o alvo do Seu amor, os eleitos (podendo ser mesmo alguns desses líderes e seguidores).
E, hoje, as coisas são diferentes? Não há milhares de estudiosos mundo afora, Bíblias em mãos, examinando-a, assim como os fariseus e escribas faziam? E, igualmente, não são guiados por suas mentes pervertidas a rebelar-se contra aquilo que dizem acreditar?
Vejamos alguns pontos:
1-Os fariseus e escribas tinham o conhecimento das Escrituras, e sabiam da chegada do Messias.
2-Cristo veio ao mundo, e os fariseus e escribas odiavam-no exatamente porque Ele se opunha a tudo o que faziam e era contrário as Escrituras.
3-Os fariseus e escribas eram “obreiros fraudulentos” (2Co 11.13) e, por isso, combatiam declaradamente o Evangelho de Cristo.
4-Eles se diziam servos de Deus, mas na verdade eram idólatras, pois faziam “todas as obras a fim de serem vistos pelos homens” (v. 5). Faziam ídolos de si mesmos.
5-Não eram humildes; usurparam e usavam o título que não lhes pertencia (Rabi), considerando-se mestres, quando “um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos” (v. 8).
O quadro dos “principais” descrito pelo Senhor, em nada lhes é favorável, ao contrário, é totalmente adverso, desventurado. E muitos discípulos dos fariseus e escribas estão a andar por aí, cheios de vaidade, exibindo-se como pavões na cópula, a fim de serem vistos e engrandecidos como se fossem deuses. A ferida na qual Cristo colocou o dedo é a vergonha exposta por muitos crentes. Não apenas pastores, presbíteros e diáconos, mas muitos de nós estão inchados por todo o tipo de cobiça, de vanglória, de louvor, de adoração, ostentando títulos e honrarias usurpadas de Deus. Como aqueles à época de Jesus queriam ocupar o lugar que somente o Filho de Deus pode ocupar, muitos se iludem com as falsas promessas de que podem ser rabis modernos, mestres de uma legião de tolos e incautos.
Quem lhe deu olhos para ler? A mente para entender? O espírito para discernir? E a vontade para obedecer? Quem lhe revelou o pecado? E a salvação? Quem lhe deu a vida? Ou será que foi você que se entregou na cruz por seus pecados? Ou, onde estava quando Deus fundou a terra? (Jó 38.4).
Se atentarmos, veremos que nada do que temos é fruto do nosso esforço, ou pode ser determinado por nossa vontade, ou aconteceu por mérito. Provavelmente, haverá no mundo pessoas muito melhores do que eu, muito mais inteligentes, sábias, talentosas e dispostas, mas de uma forma inexplicável, Deus escolheu-me para Si e não eles. Por isso, ninguém será justificado por obra de justiça que houver feito (Tt 3.5-6), "para que nenhuma carne se glorie perante ele" (1Co 1.29), e "aquele que se gloria glorie-se no Senhor” (1Co 1.31). Paulo está nos dizendo que tudo é pela graça e misericórdia de Deus, que nada do que somos ou temos é fruto nosso, mas gerado em nós por Cristo. Então, por melhor que eu seja, por mais bem situado social e financeiramente, por mais poder e prestígio que tenha, nada disso foi-me dado por mérito, mas por graça; o que me torna duplamente responsável pela forma como decido usar o que me foi entregue por Deus. Fazendo-o sabiamente, guiado pelo Espírito, serei instrumento de justiça, do contrário, de injustiça. E toda injustiça será castigada, condenada, parafraseando Nelson Rodrigues.
Vem à mente a advertência:
“Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” (Mt 7.20-23).
Sem entrar na análise profunda deste trecho, o que fica evidenciado é que, mesmo muitos sendo usados para a obra de Deus, não são de Deus. Fazem-na, estão nela, cumprem uma obrigação específica determinada por Deus, como todos no mundo, crentes ou não fazem, mas não estão entre os escolhidos. O que revela, mais uma vez, o poder divino de fazer o que quer, como bem quer, com quem quer, porque Ele é o padrão máximo de soberania, justiça e santidade, e para que em tudo o Seu nome seja glorificado. Ninguém pode enganá-lo, ou rir-se dEle, antes é Ele quem ri do tolo, porque “o tolo não tem prazer na sabedoria, mas só em que se manifeste aquilo que agrada o seu coração” (Pv 18.2).
No fundo, os antigos e os novos fariseus orgulham-se tanto das suas obras, como uma espécie de manifestação das suas bondades pessoais, como o fruto da aplicação e esmero de uma vida voltada para o serviço religioso e, com isso, esperando serem justificados perante Deus, corrompem todo o bom ensinamento doutrinário que porventura venham a realizar. Ele está tão seguro de si mesmo, tão cheio de si, que mesmo desejando glorificar a Deus o que consegue é glorificar-se, revelando todo o caráter vaidoso e soberbo que possui (dissimuladamente), e o desprezo para com tudo o que não seja ele mesmo (Lc 18.11-12). Ele é um fraudador da fé cristã, um embuste, uma vergonha para a igreja, pois diz o que está em conformidade com as Escrituras, mas age diametralmente oposta a elas (2). Está tão orgulhoso de suas obras (apontar os erros alheios), ensimesmado com seus dotes e atributos, com o destaque e proeminência alcançados, que é incapaz de acusar em si mesmo os pecados que acusa nos outros. Em suma, é o desobediente crônico; finge que é, mas não é; faz o que não deve quando devia fazer o que diz fazer; é odioso ao criticar o pecado de outrem, talvez por se ver nele e no seu pecado. Ele é um obstinado; perseverante na teimosia.
Paulo o descreve assim: “Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?” (Rm 2.21-23). Esse é o pior inimigo da verdade, porque ainda que a proclame e muitas vezes aceite-a intelectualmente, é incapaz de praticá-la, prefere viver a mentira deslavada, e terminar por blasfemar, com suas atitudes, o nome de Deus entre os incrédulos (Rm 2.24).
Como diz o pregador: “vaidade de vaidades! Tudo é vaidade” (Ecl 1.2).
Mas ao que “a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt 23.12). Porque quando tivermos a mente e o sentimento que houve também em Cristo, o qual se humilhou a si mesmo, e esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, achado na forma de homem, e foi obediente até a morte na cruz (Fl 2.5-8), então seremos “irrepreensíveis e sinceros filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Fl 2.15).
Retendo a palavra da verdade (o fariseu não consegue fazê-lo), humilhar-se significa considerar os outros superiores a si mesmo, não atentar para o que é propriamente seu, mas também para o que é dos outros (Fl 2.3-4). Para que isso aconteça, é necessário que Cristo cresça em nós, enquanto diminuímos e finalmente morremos para nós mesmos (Jo 3.30; Gl 2.20); pois o nosso velho homem foi crucificado com Ele, para desfazer o corpo do pecado, a fim de que não sirvamos mais ao pecado (Rm 6.6).
Cristo nos deu o exemplo: o maior se fez menor para ser exaltado soberanamente.
Notas: (1) Ainda que não diretamente, aqui encontramos o princípio da autoridade. Os líderes, mesmo afundados em suas corrupções, foram instituídos por Deus, e, portanto, não haveria por que os judeus desprezá-los naquilo em que falavam. O Senhor não mandou que o povo se rebelesse contra eles, que os destituíssem dos seus cargos, e colocassem outros mais honrados para exercê-los. Logo, o crente não é chamado à revolução. Não há componentes revolucionários no Evangelho, no sentido de algo afrontoso, insubordinado, desrespeitoso e injusto. O fato dEle ordenar que não praticassem os mesmos atos dos líderes, demonstrava a necessidade de se ter sabedoria, discernimento, santidade, a fim de não se contaminar com o pecado. Em nada nos autoriza ao desrespeito à lei, às normas que somente existem porque cumprem o propósito soberano de Deus; a menos que se oponham à expressa vontade divina. Como Pedro disse, "mais importa obedecer a Deus do que os homens" (At 5.29).
(2) Note-se que estou a falar de um fariseu moderno em um ambiente doutrinariamente ortodoxo, onde os princípios bíblicos estão preservados; já que qualquer tentativa de revelar esse erro em um ambiente corrompido doutrinariamente não surtiria nenhum efeito.
Fonte: KÁLAMOS


Postado Por Dc. Alair Alcântara
Liberdade





Não temas, filho! – Apocalipse 2.9-10

“Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico)
e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são,
sendo, antes, sinagoga de Satanás.
Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias.
Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” Apocalipse 2.9-10.
Contexto: João, apóstolo por Jesus, está preso na Ilha de Patmos por causa da palavra de Deus e do testemunho de Cristo (1); recebe uma visão do próprio Jesus e instrução para escrever o que viu e mandar sete cartas a sete igrejas da época (2). O texto de hoje destina-se a igreja de Esmirna, distante cerca de 50Km de Éfeso. Esmirna era um perfume aromático feito com mirra, usada para embalsamar mortos. A cidade era assolada pela morte e sofrimento tendo até no nome uma conexão com esse fato (3). Esmirna era também conhecida como o “orgulho da Ásia”, era importante ponto portuário e tinha grande rivalidade com Éfeso (4). Não há um consenso sobre quem foi o fundador de sua igreja, mas as antigas tradições atribuem a Paulo, já que este permaneceu dois anos em Éfeso, tempo em “que todos os habitantes da Ásia” ouviram a palavra do Senhor (5). Os estudiosos também se dividem se a profecia era exclusiva para a comunidade de Esmirna, se pretérita ou futura. O que é certo é que a mensagem que fora oportuna as igrejas da época são aplicáveis a Igreja em todos os tempos (6). Seu “contexto histórico [...] não pode limitar a sua importância” (7). Vemos, “nessas igrejas imagens das nossas igrejas de hoje” (8). Se compreendermos a relação de Cristo com Sua Igreja na época, avisando-a e consolando-a, podemos nos encorajar a não temer perseguições, pobreza, calúnias, prisões e morte, nos dias de hoje.
Por que não temer? 1 Porque Jesus está ao seu lado; 2 porque Jesus conhece o seu sofrimento ; 3 porque Ele promete compartilhar Sua vitória, conosco.
Aplicação: Jesus está no meio de Sua Igreja. João O viu em meio aos candeeiros, que representam as igrejas destinatárias das cartas (9). Entre sete candeeiros, um representando cada comunidade, sendo que Jesus está em meio a todas elas, simbolizado estar entre elas. Ou seja, somente isso já deveria nos encher de paz. Não disse Ele: “Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” ? (10). Todos os dias incluem tanto o dia bom quanto o dia mau. No dia bom, Sua companhia nos auxilia a entregar-Lhe a glória e o louvor pelo bom momento, assim como nos sustenta, dando-nos limite. No dia mau, Ele nos sustenta, guarda e limita o mal, nos auxiliando a igualmente entregar-Lhe a glória pelos livramentos e o louvor em todo o tempo. Temos certas dificuldades para estas coisas. Na abundância, olvidamos nosso Deus. Na adversidade, O buscamos, mas, Ele parece longe, ou nós Lhe culpamos pelos problemas, ou ainda pior, esquecemos dEle, entrando em desespero. Lembro daquele famoso poema, que virou música, chamado Pegadas na Areia. Nos piores momentos da vida, o poeta antes acompanhado por Jesus, via apenas pegadas de uma pessoa. Quando questiona o Senhor onde Ele estava nestes momentos difíceis Jesus diz: Levando você em meu colo.
O Senhor conhece nosso sofrimento. Aliás, há uma corrente de pensamento estranho, que afirma que o cristão está isento de problemas. Mentira. Não entendo o que estes fazem com a declaração de Paulo: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (11). Bem, talvez eu saiba. Piedosamente reflete verdadeiros cristãos. John Stott afirma que: “A primeira marca de uma igreja verdadeira e operosa é o amor, a segunda o sofrimento. Uma é naturalmente consequência da outra” (12). Jesus experimentou, por amor, calúnias, pobreza, prisão e morte. Agora, Ele avisa Sua Igreja (como um todo) sobre o que vão passar. Segundo o verso 9, Jesus conhece nossa:
A – tribulação – palavra grega que significa: aflição, angústia e opressão. Talvez a sua situação atual se enquadre nesta categoria;
B – pobreza – contrariando a teologia da prosperidade, a única igreja que não foi reprovada em nada por Cristo, no livro de Apocalipse, foi Esmirna, que era pobre. Ao contrário, sua pobreza foi louvada por Cristo em comparado com a verdadeira riqueza. Claro que não advogo um pseudo-evangelho-marxista, mas a palavra pobreza aqui, no grego, refere-se a uma pobreza extrema, miséria (13). Apesar de Esmirna ser uma cidade “muito rica, uma das cidades mais sofisticadas da Ásia” (14), os cristãos que viviam ali eram pobres. Talvez a retidão nos negócios, evitando o lucro fácil e ilícito. Talvez “a perseguição contra os crentes, e a espoliação dos seus bens e o desemprego concorreram para esgotar os recursos financeiros da igreja de Esmirna” (15). O fato é que mesmo padecendo de pobreza foram elogiados como ricos, por Cristo. Isto posto, o contraste entre os bens materiais que perecem e a coroa da vida, dada aos fiéis (16) é revelado. A verdadeira riqueza é a vida eterna, que dinheiro nenhum compra e foi dada gratuitamente por Cristo, aos Seus que segundo Paulo, sendo pobres podem enriquecer a muitos; nada tendo, possuem tudo (17);
3 – blasfêmia/calúnia (ver nota 18) – Fora da Igreja, eram perseguidos pelos pagãos e idólatras do Império Romano e pelos judeus. “Dentro da Igreja havia os judaizantes que [...] aparentando serem cristãos [...] pregando aos gentios postulados da Lei de Moisés como indispensáveis para a salvação” [...] mas que negavam os verdadeiros fundamentos da fé revelada por Deus, mediante a obra redentora do Senhor Jesus Cristo (19). Assim como Jesus foi mal interpretado e caluniado, estes cristãos em Esmirna passaram também por isso. Jesus conhecia o problema deles. Ele conhece o seu problema também. Confie nEle.
Jesus venceu. Talvez se o texto apenas instruísse a ser fiel até a morte, pois a perseguição vai ser implacável, “seria fácil ser esmagado por uma mensagem dessas” (20). Mas no texto também há promessa, a coroa da vida, confirmada pela separação da segunda morte, destinada para Satanás e os incrédulos (21). Temos muitos problemas no dia a dia. Se formos sinceros seguidores de Cristo, parece que, os problemas se intensificam, o que geralmente ocorre.
Devemos então em primeiro lugar lembrar que Deus está no controle e que nenhum sofrimento chega a nós sem Sua permissão. Talvez sejamos postos a prova, mas sejamos também fiéis confiando no socorro e na soberania de Deus. Em segundo lugar, não devemos esquecer ou anular o padrão moral bíblico por causa de pressões, sejam internas ou externas. Este tem sido o erro de muitos cristãos professos nos dias atuais. Stott afirma que: “Nossa tendência é diluir o Evangelho e abaixar nossos padrões, a fim de não provocar oposição. Amamos o louvor de nossos semelhantes mais do que o louvor de Deus” (22). O caso não é buscar oposição ou desejá-la. Muito menos ser um mártir de “boutique”. Mas, buscar seguir a Deus como Ele ordena e, se alguém nos louvar, que seja Ele, dando-nos a coroa da vida. Em terceiro lugar, devemos lembrar que nada merecemos. A todos os fiéis, é prometido que: não sofrerão o dano da segunda morte (lago de fogo) e a coroa da vida (vida eterna com Ele). Não importa se morreremos em combate, pois, há uma grande promessa aos fiéis. Mas isso é por amor. Por conquista de Cristo. Deus não nos deve nada. Vida eterna não é um prêmio conquistado meritatoriamente pela nossa fidelidade. É um prêmio, dado pela fidelidade de Deus, por Sua graça e misericórdia, que alcança a Sua Igreja. Não devemos entender o “e” que aparece no fim do verso 10 como algo condicional. A chave da nossa obediência é o amor de Deus e a Deus. O amor é inimigo do temor. O amor de Deus diz: “dar-te-ei a coroa da vida”, portanto, diante desta promessa, nosso amor deve dizer: “sejamos fiéis”.
Finalizando, só para ilustrar esta última colocação, lembremos de Policarpo. Policarpo foi discípulo do apóstolo João, autor de Apocalipse, e foi bispo de Esmirna durante os anos 70 até 160 a.D., ou seja, há muita probabilidade de ter lido a carta de Jesus, escrita por seu discipulador, João. Quando perseguido e achado em sua casa, ofereceu um jantar aos seus algozes, e pediu para orar, o que levou cerca de duas horas. Quando preso, por causa da perseguição romana, foi lhe oferecida à liberdade, bastando a ele negar e amaldiçoar a Cristo. Suas célebres palavras foram: "Há oitenta e seis anos sirvo a Cristo e nenhum mal tenho recebido Dele. Como poderei negar Aquele a quem prestei culto e rejeitar o meu Salvador?". Assim, crendo que receberia a coroa da vida, pode ir à fogueira, pedindo para nem mesmo ser amarrado, pois era uma honra morrer por tão grande Nome, o de Jesus (23). Ele não morreu para receber a coroa. Ele recebeu a certeza da coroa quando se converteu, e por ela morreu. Glórias ao nome do Senhor Jesus, agora e sempre. Não tenha temor de nada!
Referências:
(1) Apocalipse 1.9;
(2) Idem 1.11-20;
(3) Panoramas do Apocalipse – Alcides Nogueira – Casa Editora Presbiteriana, p. 31-32;
(4) Nogueira, op. cit., p. 31 e O que Cristo Pensa da Igreja – John Stott – United Press, p. 28;
(5) Atos 19.10 e Nogueira, op. cit., p. 31 e Stott op. cit., p. 28;
(6) Nogueira, op. cit., p. 6;
(7) Stott, op. cit., p. 8;
(8) Comentário Bíblico do Professor – Laurence Richards – Vida, p. 1255;
(9) Apocalipse 1.12-13, 20;
(10) Mateus 28.20;
(11) 2Timóteo 3.12;
(12) Stott, op. cit., p. 28;
(13) Léxico do Novo Testamento Grego/Português – F. Wilbur Gingrich & Frederick W. Danker – Vida Nova, p. 182;
(14) Richards, op. cit., 1255;
(15) Nogueira, op. cit., p. 34;
(16) Apocalipse 2.10;
(17) 2Coríntios 6.10;
(18) diferente da maioria das versões bíblicas, utilizo a palavra βλασφημια com o sentido de calúnia ou difamação. A meu favor, a Nova Tradução na Linguagem de Hoje – SBB e traduções da Vulgata latina. O significado da palavra, segundo Gingrich & Danker (op. cit., p. 43) varia de acordo com o sujeito que se aplica. Aos seres humanos, seu significado é revidar, difamar, caluniar, já com relação a seres divinos, é falar irreverentemente, blasfemar. Entre as 18 ocorrências da palavra no NT, 5 são em Apocalipse (Concordância do NT Grego Fiel, vol 1, p112. Destas, 4 se referem a Deus. Aqui, parece que os atingidos pela palavra são os irmãos de Esmirna. Deus seria atingido indiretamente, pelo levante contra os Seus. Logo, traduzo o texto assim: “(conheço) a calúnia que (aflige vocês), vinda dos que se dizem judeus, mas não são, pois são sinagoga de Satanás”;
(19) Nogueira, op. cit., p. 34-35;
(20) Richards, op. cit., 1255;
(21) Apocalipse 2.10-11;
(22) Stott, op. cit., p. 35;
(23) História do Cristianismo ao Alcance de Todos – Dr. Bruce Shelley– Vida Nova,História da Igreja Cristã – W.Walker – ASTE e O Cristianismo Através dos Séculos – Earle E.Cairns – Vida Nova.




Postado Por Dc. Alair Alcântara
Liberdade


 

Gaza e os Incômodos Judeus

Gaza e os Incômodos Judeus
O mundo está horrorizado com o bloqueio israelense a Gaza. A Turquia denuncia sua ilegalidade, desumanidade, barbárie, etc. Os habituais suspeitos da ONU, o Terceiro Mundo e os europeus, aderem. O governo Obama treme.
Mas, conforme escreveu Leslie Gelb, ex-presidente do Conselho de Relações Exteriores (CFI), o bloqueio não só é perfeitamente racional, como também perfeitamente legal. Gaza, sob o Hamas, é um inimigo auto-declarado de Israel – declaração apoiada em mais de 4 mil foguetes disparados contra território civil israelense. Mesmo empenhado em incessante beligerância, o Hamas se faz de vítima quando Israel impõe um bloqueio para impedir que se arme ainda com mais foguetes.
Na Segunda Guerra Mundial, os EUA, com plena legalidade internacional, bloquearam a Alemanha e o Japão. Em 1962, durante a Crise dos Mísseis, em Cuba, os EUA bloquearam a ilha. Navios russos com armamentos que se dirigiam a Cuba deram meia-volta porque os soviéticos sabiam que a Marinha americana ia abordá-los ou afundá-los. Israel, porém, é acusado de crime internacional por fazer o que John Kennedy fez: impor um bloqueio naval para impedir que um Estado hostil obtenha armas letais.
Oh!, mas os navios não iam para Gaza em missão humanitária?  Não. Se fossem, teriam aceitado a oferta israelense de levar os suprimentos a um porto em Israel, onde seriam inspecionados para verificar a presença de material militar, e depois levados por terra para Gaza – da mesma forma como 10 mil toneladas de alimentos, remédios e outros suprimentos humanitários são enviados toda semana a Gaza por Israel.
Por que a oferta foi recusada? Porque, como admitiu a organizadora Greta Berlin, o objetivo da flotilha não era levar ajuda humanitária, mas furar o bloqueio, acabando com o regime israelense de inspeção, o que resultaria no fim das restrições à entrada de navios em Gaza e no armamento ilimitado do Hamas.
Israel já interceptou por duas vezes navios carregados de armas iranianas destinadas ao Hezb’Allah (Partido de Alá, no Líbano) e para Gaza. Que país permitiria isso?
Mas, ainda mais importante: por que Israel foi obrigado a adotar o bloqueio? Porque é sua alternativa, já que o mundo sistematicamente considera ilegítimas suas formas tradicionais de auto-defesa - avançada e ativa.
(1) Defesa avançada: Sendo um país pequeno, densamente povoado e cercado de Estados hostis, Israel adotou, durante seus primeiros 50 anos, a defesa avançada – transferindo a luta para território inimigo (como no Sinai e nas Colinas de Golã), para não travá-la em seu próprio território.
Sempre que possível, Israel trocou terras por paz (o Sinai, por exemplo). Mas onde as ofertas de paz foram recusadas, o país reteve o território como uma zona-tampão de proteção. Assim, manteve [até o ano 2000] uma pequena faixa no Sul do Líbano para proteger as aldeias no Norte do Estado judeu. Em Gaza, sofreu muitas baixas para não expor cidades fronteiriças aos ataques terroristas palestinos. Pela mesma razão, os americanos travam uma guerra desgastante no Afeganistão: lutando com [os jihadistas] lá, para não ter de combatê-los nos EUA.
Porém, sob forte pressão externa, os israelenses desistiram. Disseram-lhes que a ocupação não era apenas ilegal, mas a fonte das insurgências contra Israel – portanto, a retirada, ao remover a causa, traria a paz.
Terras por paz. Lembram-se? Na última década, Israel deu terras – evacuou o Sul do Líbano no ano 2000, e Gaza em 2005. O que ganhou em troca? Intensificação da beligerância, pesada militarização dos inimigos, múltiplos seqüestros, ataques pela fronteira, anos de incessantes bombardeios com foguetes.
(2) Defesa ativa: o país adotou então a defesa ativa – ação militar para dividir, desmantelar e derrotar (para usar as palavras do presidente Obama sobre a campanha americana contra o Talibã e a al-Qaeda) os mini-Estados terroristas no Sul do Líbano e em Gaza, após a retirada israelense.
O resultado? A guerra do Líbano em 2006 e a operação em Gaza em 2008-2009. Elas foram recebidas com outra avalanche de críticas e calúnias pela mesma comunidade internacional que exigira a retirada israelense no esquema terras por paz. E o pior, o relatório Goldstone da ONU, que basicamente criminalizou a operação defensiva de Israel na Faixa de Gaza, enquanto encobriu o “casus belli” – os ataques com foguetes pelo Hamas que precederam a operação – e que efetivamente deslegitimou qualquer defesa ativa por parte de Israel contra os seus auto-declarados inimigos que utilizam o terror.
(3) Defesa passiva: Sobrou a Israel a defesa mais passiva e benigna de todas – o bloqueio para evitar o rearmamento do inimigo. Também este recurso está a caminho de ser deslegitimado pela comunidade internacional. Mesmo os EUA tendem pela sua abolição.
Então, se nada mais é permitido, o que resta?
Bem, este é o ponto. É o ponto compreendido pelos simpatizantes do terror e idiotas úteis da flotilha que pretendiam romper o bloqueio, pela organização turca que a financiou, pelo automático coro anti-israelense no Terceiro Mundo e na ONU e para os apáticos europeus que estão fartos do problema judaico.
O que resta? Nada. O objetivo da incessante campanha internacional é privar Israel de toda forma legítima de defesa. Por que, [no final de maio], o governo Obama se juntou aos chacais, e inverteu uma prática de quatro décadas seguida pelos EUA, assinando um documento de consenso que coloca o foco em Israel por possuir armas nucleares? – deslegitimando a última linha de defesa de Israel: a dissuasão.

Yupy!
Não é um programa de 12 passos
É um programa de apenas 2 passos.
O mundo está cansado desses incômodos judeus, 6 milhões – de novo, este número – espremidos junto ao Mediterrâneo, recusando todo convite ao suicídio nacional. Eles são implacavelmente demonizados, isolados e coagidos a não se defender, mesmo que os mais empenhados anti-sionistas – os iranianos em particular – estejam preparando abertamente uma solução final mais definitiva.



Postado Por Dc. Alair Alcântara


Liberdade

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Débora, Uma Mãe em Israel

Débora, Uma Mãe em Israel
Algumas pessoas são líderes improváveis. Superficialmente, elas parecem não ter as características que geralmente associamos com grandeza e poder. Davi, por exemplo, era um jovem pastor de ovelhas, um sonhador que escrevia cânticos e tocava harpa – qualidades geralmente não procuradas quando você escolhe alguém para derrotar inimigos. No entanto, Deus o chamou não apenas para ser um homem de guerra mas também rei de todo o Israel. Por quê? Porque Davi tinha algo mais importante do que habilidade militar ou sangue real. Ele tinha fé em Deus.
Na época dos juízes, uma mulher chamada Débora tornou-se líder de Israel. Pelos nossos padrões, ela também era uma candidata improvável para essa tarefa tão relevante. A Bíblia fala pouco sobre suas credenciais, a não ser que era esposa e mãe (Jz 4.4; Jz 5.7), o que não a qualificava para dirigir um país. Porém, Débora tinha a mesma vantagem que Davi: ela tinha fé em Deus.
Numa época em que Israel andava aos tropeços e cada homem fazia aquilo que parecia certo aos seus próprios olhos (veja Jz 17.6; Jz 21.25), Deus escolheu uma mulher de grande fé que estava disposta a segui-lO em obediência.
As Escrituras dizem que Débora era uma profetisa, significando que Deus lhe falava e ela transmitia Sua Palavra ao povo. Ela era uma juíza, portanto, julgava as pessoas que vinham até ela para resolver suas contendas. Naturalmente, ela também era esposa e mãe.
Seu feito mais conhecido ocorreu quando os israelitas clamaram a Deus por libertação depois de vinte anos de opressão sob o jugo de Jabim, rei de Canaã. O poderoso Jabim tinha 900 carros de ferro e governava a partir de Hazor, no Norte de Israel. Débora, que vivia no Sul, fora de Jerusalém, nas regiões montanhosas de Efraim, convocou Baraque, da tribo de Naftali, da região de Hazor. Quando Baraque chegou, Débora corajosamente transmitiu-lhe o plano de Deus: “Porventura, o Senhor, Deus de Israel, não deu ordem, dizendo: Vai, e leva gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom? E farei ir a ti para o ribeiro Quisom a Sísera, comandante do exército de Jabim, com os seus carros e as suas tropas; e o darei nas tuas mãos” (Jz 4.6-7).
Hoje, vivendo em um mundo dirigido pelo sucesso e pelas realizações materiais, é fácil esquecer que Deus não deseja tanto as nossas habilidades, mas sim a nossa vontade, o nosso querer que vem da fé.

Baraque estava disposto a obedecer, mas insistiu que Débora fosse com ele. Ela concordou, porém disse a Baraque que assim ele cederia a uma mulher a honra de capturar Sísera.
Naquele dia Deus sustentou Israel, como Débora sabia que Ele faria. O Senhor enviou uma chuva torrencial que inundou o ribeiro Quisom e fez com que a armada aparentemente invencível de Sísera atolasse na lama. Este fugiu e foi engodado por Jael, outra mulher, que cravou uma estaca de tenda em sua cabeça e o matou. Dessa maneira, Deus libertou Israel.
Mais tarde, Débora escreveu um belo cântico (Jz 5) que exalta a Deus e revela muito sobre sua própria pessoa. Ela era uma mulher de profunda fé e grande discernimento espiritual. Havia avaliado a sombria situação de seu país com perspicácia (Jz 5.6-7), compreendeu o motivo da decadência (idolatria, v.8) e assumiu a responsabilidade pela nação (vv. 7,12). Ela tinha tanta autoridade que, quando convocou Baraque, ele veio imediatamente sem questionar sua autoridade ou suas instruções. Débora é a única mulher na Bíblia que não apenas governou Israel como também deu ordens militares a um homem, e isso com a bênção de Deus.
Quando ela mandava reunir as tropas, esperava que elas se apresentassem. Aos que ignoravam o chamado, ela amaldiçoava: “Amaldiçoai a Meroz, ...amaldiçoai duramente os seus moradores, porque não vieram em socorro do Senhor” (Jz 5.23). Débora provavelmente não conseguia entender por que esses combatentes de Israel tinham tão pouca fé em Deus.
Por um lado, Débora aparentava ser uma mulher “dura” no confronto, mas também parecia extremamente maternal. Somente uma mãe que se importa com seus filhos pensaria em descrever a mãe de Sísera aguardando ansiosamente que seu filho voltasse para casa, preocupada com sua demora em voltar da batalha (v.28).
É interessante observar que não há evidência bíblica de que Débora tenha usurpado a autoridade masculina. É triste dizer que, provavelmente, existia pouca autoridade masculina fiel a Deus naqueles dias. Israel estava em condição espiritual tão lamentável que Deus envergonhou a nação daqueles dias depositando o mais alto cargo de liderança nas mãos de uma mulher.
Hoje, vivendo em um mundo dirigido pelo sucesso e pelas realizações materiais, é fácil esquecer que Deus não deseja tanto as nossas habilidades, mas sim a nossa vontade, o nosso querer que vem da fé.
Podemos lembrar que a história das missões modernas está igualmente repleta de mulheres de grande fé a quem Deus colocou em posições de enorme responsabilidade. Nas selvas da Colômbia e da Venezuela, por mais de 50 anos, Sophie Müller implantou centenas de igrejas, até que o Senhor finalmente a levou em outubro de 1995. A sua autobiografia, publicada pela Missão Novas Tribos, é intitulada His Voice Shakes the Wilderness (A Voz de Deus Faz a Selva Estremecer).
Depois que Jim Elliot, Nate Saint e três outros missionários foram mortos no Equador pelas flechas dos índios Huaorani (Aucas) em 1956, duas mulheres os substituíram: Elisabeth Elliot, viúva de Jim, e Raquel Saint, irmã de Nate. A senhorita Saint ficou no Equador até sua morte em 1994, conduzindo os índios a Cristo, ensinando-os e ministrando-lhes a Palavra de Deus.
Baraque, sem dúvida, foi um ótimo militar, e seu nome está registrado em Hebreus 11 como homem de fé. Porém, ele mesmo teria capturado Sísera se tivesse confiado um pouco mais em Deus. Débora, por outro lado, era uma simples esposa e mãe, mas sua fé a tornou um vaso muito mais útil para o Senhor do que alguém poderia imaginar.
A Bíblia ensina que nosso tempo na terra é curto: “Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa” (Tg 4.14). Muitas pessoas podem abalar montanhas com suas credenciais e construir reinos com suas aptidões. Mas, no final, o que contará para a eternidade não será aquilo que realizamos com nossas habilidades, mas o que Deus fez através de nós por meio de nossa fé.



Postado Por Dc. Alair Alcântara
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