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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Escola Bíblica Dominical



A publicação da Lição da Escola Bíblica Dominical neste Site, é fruto da obediência a Deus. Ele pôs em minha mente o propósito de fazer a divulgação do conteúdo espiritual que recebemos em nossas Igrejas a cada manhã de domingo, é para que semanalmente nossos irmãos que se encontram  espalhados pelo mundo a fora, possam igualmente participar do mesmo pão. 
                               
No cumprimento a esta missão de divulgar o Evangelho por lugares desfavorecidos do acesso a este conteúdo diretamente da Revista, os Missionários possam igualmente compartilhar deste pão com os filhos de Deus sob suas orientações, do mesmo ensino recebidos da Palavra de Deus no Brasil, publicado na Revista; Lições Bíblicas da Escola Dominical veiculado através deste Site.
Tenho a certeza de que estou cumprindo como servo do Senhor meu Deus, mais uma vez, o dever de servo, junto a evangelização internacional, nacional e Igrejas que não desfrutam de acesso favorável e de um conteúdo organizado especificamente para o ensino pessoal e em grupo como igrejas  e etc.
Em virtude da cobertura do Blog ser a nível internacional, utilizamo-lo como o veículo adequado para o cumprimento dessa tarefa de levar esta Mensagem a todos os continentes de nosso planeta, o mais belo de todos no Universo, que só foi criado por causa do homem.
À Missão Nacional, Internacional e Igrejas de difícil acesso.  
Lição 06 de 13, 09 de Maio de 2010.
TEMA – A SOBERANIA E A AUTORIDADE DE DEUS
TEXTO ÁUREO – “Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?” (Rm 9.21)
VERDADE PRÁTICA – Em sua inquestionável soberania, Deus trata as criaturas como bem lhe aprouver. Submetemo-nos, pois, à sua perfeita, infinita e sábia vontade.
HINOS SUGERIDOS – 005, 141, 400.
LEITURA BÍBLICA   Jeremias 18.1-10
1 - A palavra do SENHOR, que veio a Jeremias, dizendo:
2 - Levanta-te e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras.
3 - E desci a casa do oleiro, e eis que ele estava fazendo a sua obra sobre as rodas.
4 - Como o vaso que ele fazia de barro se quebrou na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos seus olhos fazer.
5 - Então, veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo:
6 - Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o SENHOR; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.
7 - No momenta em que eu falar contra uma nação e contra um reino, para arrancar, e para derribar, e para destruir,
8 - se a tal nação, contra a qual falar, se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe.
9 - E, no momenta em que eu falar de uma gente e de um reino, para o edificar e para plantar,
10 - se ele fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então, me arrependerei do bem que tinha dito lhe faria.
INTRODUÇÃO
O capitulo 18 de Jeremias é conhecido como a Parábola da soberania de Deus. A passagem talvez não seja muito apreciada pelos calvinistas extremados por mostrar que Deus, conquanto absoluto e inquestionável, não é arbitrário. Suas ações acham-se baseadas em suas bondades e perfeições.
Que riquíssima lição sobre a eleição e a predestinação. Embora sejam estes temas tidos como incompreensíveis e complexos por algumas escolas teológicas, o Senhor, através da arte do oleiro, mostra serem ambos os temas perfeitamente compreensíveis e harmônicos.
Desçamos à casa do Oleiro. E, aqui, em meio as ferramentas de seu oficio, conheçamos a soberana vontade de Deus consoante a Israel, aos gentios e a nossa própria vida.
I. A VISITA À CASA DO OLEIRO
1. A casa do oleiro. Achava-se localizada, provavelmente, no extremo sul de Jerusalém, nas cercanias da Porta do Oleiro e do Vale dos Filhos de Hinon. Nesse logradouro, os oleiros desempenhavam suas atividades e, coletivamente, defendiam seus interesses.
2. Seus instrumentos de trabalho. Posto que eficazes, eram bem simples os instrumentos dos oleiros: constituíam-se de duas rodas superpostas. A inferior, acionada com os pés, movimentava a superior, onde o oleiro colocava a argila, a fim de moldá-la de acordo com a sua concepção. E, assim, em movimentos simples, mas seguros, era o barro transformado em vasos e outras vasilhas tão úteis no dia-a-dia das senhoras hebréias.
As vezes, não temos a impressão de estarmos numa roda viva? Vêm as provações e as dificuldades; chegam as lutas e aparecem as batalhas. De repente, eis que a nossa vida entra num ritmo acelerado. Isto acontece por estarmos na roda do Oleiro, que nos vai moldando de acordo com a sua vontade. Tenha paciência! O Oleiro sabe o que está fazendo.
3. A visita à casa do oleiro. Buscava Deus, com esta parábola, deixar uma importante lição para os filhos de Israel. Pensavam estes que, pelo simples fato de serem dissidência de Abraão, achavam-se a salvo dos juízos e dos castigos divinos. O Senhor, porem, mostra-lhes que todos, judeus e gentios, nos encontramos sob a sua jurisdição. Assim como o oleiro tem poder sobre a argila, de igual modo trata-nos Deus consoante a sua soberania, levando sempre em conta, naturalmente, o livre-arbítrio com que Ele nos dotou.
Para se compreender melhor a parábola do Oleiro, é necessário que se estude os capítulos nove, dez e onze da Epístola de Paulo aos Romanos. No capitulo nove, discorre o apostolo acerca da eleição de Israel; no dez, fala sobre a rejeição de Israel como povo eleito; e no onze, trata da futura reconciliação de Israel com o Messias. Aos que não aceitam a forma como Deus trata com o seu povo, aduz Paulo:
"Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?" (Rm 9.21).
II. A SOBERANIA DE DUES
A soberania de Deus é uma das mais difíceis doutrinas das Sagradas Escrituras. E só viremos a entende-Ia corretamente, se nos mantivermos centrados nas Sagradas Escrituras, sem nos desviarmos nem para o predestinacionismo absoluto e cego nem para o chamado deismo.
1. Definição. A soberania de Deus é a autoridade inquestionável que Ele exerce sobre todas as coisas criadas, quer na terra, quer nos céus, de tudo dispondo conforme os seus conselhos e desígnios. Sua soberania está baseada em sua onipotência, onipresença e onisciência. Deus é absoluto e necessário - todos precisamos dEle para existir; sem Ele, não há vida nem movimento.
2. Soberania não e arbitrariedade. A soberania é um instrumento legítimo de Deus, através da qual executa Ele toda a sua vontade, visando a plena consecução de seus decretos.
Sendo infinitamente santo e justo, e Criador de quanto existe, tem o Senhor Deus autoridade sobre todas as criaturas morais, e tudo fará a fim de que o seu plano redentivo seja integral e perfeitamente cumprido. Deus jamais criaria uns para a salvação e outros para a condenação eterna. Isto contrariaria os dois principais atributos de sua bondade: santidade e justiça.
3. Eleição e predestinação. Como entender ambas as doutrinas? A predestinação e universal. (Ou seja: Deus, em seu profundo e inigualável amor, predestinou todos os seres humanos a vida eterna Jo 3.16). Por conseguinte, ninguém é chamado à vida para ser lançado no lago de fogo que, conforme bem o acentuou Jesus, fora preparado para o Diabo e aos seus anjos (Mt 25.41). Cumpre ressaltar, porém, que o fato de o homem ser predestinado a vida eterna não lhe garante a posse compulsória desta. É necessário creia ele no Evangelho e aceite e persevere em seguir a Jesus, a fim de que seja havido por eleito de Deus.
Nossa eleição, portanto, tem como base a soberania e a presciência divina: "eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas" (l Pe 1.2).
4. O profeta Jeremias e a soberania de Deus. No capitulo dezoito de Jeremias, o Senhor está a ensinar-nos uma grande lição: embora hajamos sido escolhidos para ser a sua particular herança, devemos cumprir as clausulas da aliança que Ele conosco estabeleceu por intermédio de Cristo Jesus (Hb 12,23,24). Caso contrario: haveremos de ser reprovados como o foram os israelitas. Não basta ser filho de Abraão; é necessário fazer as obras de Abraão (Mt 3.9; Jo 8.39).
III. O CRENTE E A VONTADE DE DEUS
É chegado o momento de encararmos com mais seriedade a soberania de Deus. O mesmo Oleiro que de uma argila disforme formou Israel, também chamou-nos de entre as nações, constituindo-nos um povo santo, especial e de boas obras (Tt 2.14).
Como estamos encarando a soberania de Deus? Temos considerado a sua vontade? Ou achamos que, frágeis vasos, temos autoridade sobre o Oleiro? Humildemente, oremos: "Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu".
CONCLUSÃO
E chegado o momenta de nos submetermos à vontade de Deus. Ele é o Oleiro; nós, apenas a argila. De acordo com a sua soberania, estará trabalhando em nossas vidas. Uns, vasos de honra; outros, de desonra (2 Tm 2.20). Submetamo-nos, pois, à sua vontade, a fim de que Ele, de conformidade com o seu querer, opere abundantemente, em nossa vida.



Reproduzido Por: Dc. Alair Alcântara


Liberdade


segunda-feira, 3 de maio de 2010

Não temas, filho! – João 14.27


“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” João 14.27.
Contexto: Jesus, próximo ao clímax de Sua missão, instrui e consola Seus discípulos, após a Última Ceia. O cenário do diálogo é obscuro, provavelmente a caminho do jardim de Getsêmani. De certa forma, fazendo um resumo de todo o Seu ensino, Jesus traz também algumas revelações aos Seus amigos, ora por eles, dá um novo mandamento e alerta sobre lutas e perseguições iminentes. Promete o Espírito Santo, um lar celestial e que voltaria. Promete fazer de seus corações o Seu (e do Pai) lar. Também promete dar a Sua paz de uma forma não conhecida pelo mundo; ordena que não temam sem se perturbem. Ora, Sua intercessão por eles e “também por aqueles que vierem a crer em mim (nEle), por intermédio da Sua (de Deus) palavra” (1); posso crer que estas instruções, mandamentos e consolos dados neste belo sermão (2) com tão sublime corolário “também por aqueles”, aplica-se a nós hoje igualmente.
Por que não temer? 1 Porque recebemos do Senhor a paz dEle; 2 porque essa paz é diferente do que aquela que o mundo pode nos dar ; 3 não temos porque temer já que estamos nEle e Ele em nós.
Aplicação: Algo nos foi deixado. Um dos legados de Jesus a nós é esta herança que podemos usufruir não apenas no cumprimento escatológico, mas especialmente em tempos adversos como nossa peregrinação por esta terra. O verbo traduzido por deixar “pode ser lido com o significado de ‘legar em herança’” (3). Jesus nos alertou sobre tribulações que havemos de passar para que não sejamos surpreendidos, antes tenhamos paz (4). Ou seja, Cristo nos deixou a Sua paz como herança, de graça, para passarmos por estes momentos confiantes. John Piper afirma que: “Se pela graça de Deus você está seguro de que Ele é por você e não contra você, então, quanto mais evidências encontrar da soberania de Deus, mais feliz será” (5). Para muitos a felicidade seria ter paz. Pessoas dariam tudo o que possuem para ter paz. O problema é que o conceito de paz é baseado em pressupostos de uma humanidade decaída. Ter paz para estes é ter a plena ausência de problemas. Ter paz segundo Cristo é ter ausência de preocupações. Se nos detivermos na obediência de Seus mandamentos, que caracteriza nossa demonstração de amor prática a Ele, podemos estar certos de que Ele habita em nós, segundo Sua promessa (6). Não somos divinos, mas, o Senhor nos garante que através de Seu Santo Espírito, a Trindade Santa habita em nosso coração até Sua volta corpórea (7).
Teremos problemas? Sim. Como ter paz? Confiando que o Criador do Universo está em nós, nos confiando aos Seus cuidados e então não temermos. Isto não é estoicismo? Não, porque o estóico se mantém impassível diante das dores ou alegrias. Não é a isso que o texto bíblico remete. Podemos chorar e sofrer. Podemos nos alegrar e nos irarmos. Podemos até temer algo. Isso não é contradição, antes é termos a liberdade e o dever de sermos sinceros. Não nos mantemos numa resignação néscia, mentindo com frases como: “tudo está bem!”, quando não está. Ao contrário, podemos dizer: “tudo está muito complicado, além das minhas forças; eu não vejo saída para o meu problema, mas, confio no Senhor e sei que Ele vai glorificar o Seu nome em mim”. Isto não é fatalismo? Não, porque a diferença entre o fatalismo e quem crê na Soberania divina é o próprio Senhor. Explico. O fatalismo crê que tudo vai correr como determinado pelo destino e desespera-se, pois não há nada o que fazer. O cristão que confia na Soberania crê que tudo está predeterminado por Deus e tem paz, pois sabe que o Senhor é onipotente, ou seja, segundo McGrath, Ele tem “a habilidade de Deus alcançar Seus propósitos” (8). Isso é bom? Sim, pois “todos os Seus decretos são para o nosso benefício final”, conforme a Sua vontade que é boa, perfeita e agradável (9).
Para o mundo, conforme escrevi acima, a paz é caracterizada pela ausência de problemas. Como ter paz com/em meio a problemas? Com uma paz baseada no amor de Deus para conosco em Sua Providência fiel. Sua paz é diferente do que o mundo conhece, pois este, só tem paz mediante seguranças efêmeras. Saúde, dinheiro, bom casamento, bom emprego, status, poder. É o que a teologia da prosperidade oferece e o que tem lhe dado destaque. Estas coisas são realmente boas e ninguém pode negar isso. O problema é o âmago da questão: o que lhe dá paz, a saúde ou quem pode lhe dar saúde? O dinheiro, ou quem promete que o justo não mendigará (10)? Ou ainda, como ter paz se todas estas coisas se dissiparem e restar “apenas Deus”? Aqui é que o verdadeiro cristão aparece, pois para ele, não existe “somente Deus”, mas tendo Deus ele tem tudo o que precisa. Piper diz que: “nossas tribulações revelam o tamanho de nossa afeição por esta terra, seja pelas coisas boas ou ruins. Nossos problemas expõem nossa latente idolatria” (11). Amar alguma coisa ou alguém mais do que a Jesus é idolatria (12). Então nossos tempos difíceis são ordenados “para ver se criamos um outro deus. Amamos o pão ou Deus? Valorizamos Deus e acreditamos em seus bons propósitos em meio ao sofrimento ou amamos mais suas dádivas e nos iramos quando Ele as remove?” (13). Aqui é que fazem sentido as palavras de Paulo: “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (14). Aqui entendemos que, com essa paz que o mundo não pode dar porque não a conhece, paz que excede o entendimento; o cristão pode passar pelas mais terríveis adversidades sem temer e esperançoso na fidelidade do Senhor. “Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do Senhor, nosso Deus” (15).
É rotina eu citar Jesus dizendo: “eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século” (16). Como posso temer tendo a convicção que estou 24 horas por dia na presença de Deus? É sobremodo maravilhoso ter esta certeza. Se você estiver indo a pique em uma tempestade, o Mestre está junto no barco, não há motivos para temer (17). Se você estiver enfermo, o Senhor lhe cuida em seu leito e lhe acomoda confortavelmente (18). Se estiver em meio a uma guerra, não será atingido (19). Se estiver perdido, Ele é o caminho (20). Se estiver à beira da morte, não tema, Ele está contigo (21). Se estiver errando, Ele como Pai que é, o corrige (22). Poderíamos ficar citando mais e mais exemplos, pois a bíblia esta recheada de exemplos da fidelidade e segurança que temos em Deus. Não temamos nem nos perturbemos, antes confiemos nEle e no cumprimento dos Seus propósitos para a glória do Seu Santo nome. Não esqueçamos que “o poder (dEle) se aperfeiçoa (em nós) na (nossa) “Se ando em meio à tribulação, tu me refazes a vida; estendes a mão contra a ira dos meus inimigos; a tua destra me salva. O que a mim me concerne o Senhor levará a bom termo; a tua misericórdia, ó Senhor, dura para sempre; não desampares as obras das tuas mãos” (24). fraqueza” e que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (23).
Referências:
(1) João 17.20;
(2) Idem 13.31-17.26;
(3) Jesus Segundo as Escrituras - Darrell L.Bock – Shedd & Vida Nova, p. 524;
(4) João 16.33;
(5) A Vida É Como a Neblina – John Piper – Mundo Cristão, p.133;
(6) João 14.23;
(7) Idem 14.16-18;
(8) Teologia Para Amadores – Alister McGrath –Mundo Cristão;
(9) Piper, op. cit., p.133 e Romanos 12.2;
(10) Salmo 37.25;
(11) Piper, op. cit., p.91;
(12) Colossenses 3.5;
(13) Piper, op. cit., p.90;
(14) Filipenses 4.7;
(15) Salmo 20.7;
(16) Mateus 28.20;
(17) Idem 8.23-27;
(18) Salmo 41.3;
(19) Idem 91.7;
(20) João 14.6;
(21) Salmo 23.4;
(22) Hebreus 12.4-8;
(23) 2Corínios 12.9 e Romanos 8.28;
(24) Salmo 138.7-8.




Reproduzido Por: Dc. Alair Alcântara
Liberdade




Não temas, filho! – Salmo 23.4

“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam.” Salmo 23.4.
Contexto: O verso de hoje encontra-se em um dos trechos mais conhecidos de toda a Sagrada Escritura; o Salmo 23. A confiança neste Salmo se estende desde as primeiras instruções as crianças em escolas dominicais até o cerne de esperança nos derradeiros suspiros de um ancião. Jeová é apresentado como pastor e guia do Seu povo, como o guardador das promessas que fez; além de um Ilustre anfitrião. O Novo Testamento nos revela quem é esse pastor: Jesus o Cristo de Deus. Disse Ele: “Eu Sou o Bom Pastor” (1). Este Salmo nos mostra uma lição de soberania, conforme explica Meyer: “Aprendemos a olhar mais a sua responsabilidade para conosco do que nossa atitude para com Ele” (2). Não que esta possa ser ignorada, mas em nossa relação com Deus, quem sempre é fiel é Ele. Henry Morris, comenta que mesmo Davi escrevendo sobre a sua experiência como pastor, o crédito da beleza e simetria do salmo pertencem a Deus pois “sua mensagem transcende de muito qualquer coisa que Davi ou qualquer outro homem pudesse ter divisado, falando com grande poder e benção a todas as pessoas de qualquer época ou lugar” (3). Ainda que o primeiro verso seja o mais conhecido, creio que o quarto verso seja o centro que dá equilíbrio ao Senhor como nosso pastor (versos 1-4) e como anfitrião na eternidade (versos 5-6).
Por que não temer? 1 Porque O Senhor é nosso pastor e é Ele quem nos guarda e guia; 2 porque é Ele quem nos consola ; 3 porque guarda a promessa da eternidade aos filhos.
Aplicação: Sendo Jesus o nosso pastor podemos ter confiança plena na consequência desta afirmação: “nada nos faltará”. O Bom Pastor dá a Sua própria vida por Suas ovelhas (4). Deus “há de suprir em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades”, diz Paulo (5). Nossa fome será saciada em pastos verdejantes e nossa sede saciada em águas calmas (versos 2 e 3). A vida cansada é refrigerada, ou seja, restaurada por Ele. Passamos a caminhar por veredas de justiça, e por Ele somos guiados nestes caminhos. Por quê? Cremos que o maior motivo que poderíamos ter para nossa segurança é que Ele faz isso por “amor do Seu nome”. Não é por nossa virtude ou merecimento, pois não somos dignos deste cuidado. Também não é por obrigação. Mas sim, como afirma John Stott: “por lealdade a Seu caráter e Suas promessas” (6). Não são as ovelhas que guardam o pastor, mas, é O Pastor quem guarda as Suas ovelhas. Aleluia! Para mostrar o Seu amor, o Senhor nos faz repousar e nos leva-me junto das águas. As duas expressões são idênticas no hebraico, dando uma conotação mais próximo ao segundo termo “leva-me” (ou gentilmente me guia).
Ele refrigera, restaura a alma cansada. Ele sabe de nossas necessidades básicas e “há de suprir [...] cada uma”, isto “por amor de Seu nome”.
Mas há algo a mais; “por amor de Seu nome” Ele nos guia pelas veredas da justiça. Se no segundo verso os verbos tem a conotação de conduzir gentilmente aqui a palavra é diferente, com uma conotação mais próxima a ordenança, algo como “guiar forçosamente”. Para fazer com que Sua promessa se cumpra o Senhor imprime em nosso coração o Seu querer e o realizar (7). Morris ainda afirma que “o crente necessita desesperadamente de cuidado e direção que ele mesmo não pode prover, do mesmo modo que a ovelha necessita do pastor” (8). O “caminho da justiça” que leva a salvação e a perseverança neste, é-nos garantida por Jesus, nosso Pastor, “por amor do Seu nome”. “O Senhor firma os passos do homem bom e no seu caminho se compraz; se cair, não ficará prostrado, porque o SENHOR o segura pela mão” (9).
Qual é o seu problema? Ainda que seja a “sombra da morte”, ou melhor: a proximidade iminente da morte, não precisamos temer. A ideia aqui não é igual a do Salmo 91, onde os mortos se empilham ao redor sem sermos atingidos. Aqui o alvo é você e eu. Mesmo que estejamos com um problema mortal, o Senhor está conosco (10). Seu bordão é usado para nos tirar de buracos e ou evitá-los. Já o cajado é usado também como vara. Estranho a princípio, é a associação de uma vara com a expressão “me consolam”. Mas a palavra consolo pode ser traduzida por arrependimento. Por vezes, a vara do Senhor nos encontra para que a repreensão gere arrependimento. Isso é amor. O consolo é certo, seja através do guiar com bordão, seja após o arrependimento causado em amor pelo cajado (vara) para que se retorne ao “caminho da justiça”. O Senhor exorta aos que Ele ama, e quando necessário açoita Seus filhos (11). Só quem não é filho fica sem correção (12). Isto é amor e soberania, pois é o Senhor nos sustentando em nossa peregrinação, seja pelos “pastos verdejantes” seja pelo “vale da sombra da morte”; seja em “águas tranquilas” ou abaixo do cajado que corrige; nossa segurança está em Cristo. “Esqueçamo-nos de nós e confiemo-nos a Ele com tudo, em tudo e por tudo” (13).
Daqui em diante, o pastor se mostra como um Anfitrião. Estamos em Sua presença desde agora e eternamente. Várias figuras são empregadas no texto e nos dão motivos para não temer. Uma mesa é posta diante de nossos adversários. Não para humilhá-los. Antes, devemos ao máximo amar nossos inimigos e tratá-los como o conselho de Eliseu (14), não ceando em frente a eles, mas com eles, oferecendo as Boas Novas, o Pão da Vida, e uma mensagem de paz (15). Assim como fomos reconciliados a Deus por e em Jesus, devemos com ousadia e humildade ser agentes de reconciliação entre Deus e os não alcançados (16). Lembremos sempre que nada, nem nossos inimigos podem nos afastar da promessa de Deus; eles nada podem fazer. A expressão “o meu cálice transborda” tem um rico significado. Nas ceias, quando o anfitrião judeu não queria que sua visita saísse, mantinha o cálice de vinho cheio, pois não se levanta de uma mesa com este pela metade. Nosso Senhor nos mantém em Sua presença. Encontramos na carta aos Romanos, Paulo citando uma lista, exaustiva em seu significado, com dezessete coisas que não podem nos separar dEle (17), dando-nos segurança plena. “Bondade e misericórdia”, duas coisas que necessitamos, nos “seguirão todos os dias de [...] vida”, diz o texto. Seguir tem o significado de caçar. Estas coisas nos alcançarão porque o Senhor assim desejou. Por fim, uma promessa após vida terrena. Não temamos as adversidades. Estamos sempre com o Senhor e estaremos eternamente com Ele. Tenhamos a confiança de Stott: “Finalmente, habitarei na casa do Senhor para todo o sempre – não no Tabernáculo ou no Templo, nem apenas na Sua presença nessa vida, mas naquela casa do meu Pai com suas muitas moradas, da qual Jesus falou, onde Ele disse que iria para preparar um lugar para os Seus” (18).
Referências:
(1) João 10.11;
(2) Comentário Bíblico devocional do Velho Testamento – F B Meyer – Betânia, p. 277;
(3) Amostra de Salmos – Henry M. Morris – Vida, p. 101;
(4) João 10.11;
(5) Filipenses 4.19;
(6) Salmos Favoritos – John Stott – Abba Press, p.32;
(7) Filipenses 2.13;
(8) Morris, op. cit., P.103;
(9) Salmo 37.23-24;
(10) Mateus 28.20;
(11) Hebreus 12.5-13;
(12) Idem 12.8;
(13) Meyer, op. cit., p.277;
(14) 2Reis 6.20-23;
(15) Mateus 5.44, João 6.35;
(16) 2Coríntios 5.18;
(17) Romanos 8.38-39;
(18) Stott, op. cit., p. 32, citando João 14.1-4.
Ave Crux, Unica Spes!

Lamentamos o fato de que muitos evangélicos mudaram de "pregar" para "compartilhar" a Palavra de Deus, o que sutilmente transfere a autoridade da Palavra de Deus para a experiência e opinião humanas.



Reproduzido Por: Dc. Alair Alcântara



Liberdade


Meus Bons Propósitos

- C. H. Dennis -
Bons propósitos para o novo ano... é possível cumpri-los? José toma um lápis, uma folha de papel e sempre anota os seus maus costumes e erros – e com firme decisão escreve: "Dessa vez quero cumprir meus bons propósitos".
- 1 de janeiro – "Tudo bem: durante todo o dia pensei nos meus bons propósitos".
- 2 de janeiro – "Muito trabalho na loja; num telefonema me escaparam algumas palavras que eu não deveria ter dito, mas não foi intencionalmente".
- 3 de janeiro – "...não foi tão bom; inconscientemente acendi um cigarro e fumei mais um antes que me desse conta".
- 4 de janeiro – "Hoje estou muito ocupado para pensar em bons propósitos".
- 10 de janeiro – "Bons propósitos? Que nada...! Eu nem sou tão mau assim".
Quantos de nós já passaram por essa mesma experiência! Não decorrem muitos dias depois de decidirmos mudar e notamos que é difícil melhorar a nós mesmos – e finalmente chegamos à conclusão de que nem somos tão maus assim.
Parece que faz parte da natureza humana querermos melhorar o nosso próprio eu e não o conseguirmos. A Bíblia diz: "Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal?" (Jr 13.23). Numa outra passagem a Bíblia diz: "Pelo que ainda que te laves com salitre e amontoes potassa, continua a mácula da tua iniqüidade perante mim, diz o Senhor Deus" (Jr 2.22). E ainda: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos" (Jr 17.9-10a).
As pessoas gostam de fazer um novo começo quando reconhecem sua pecaminosidade – mas infelizmente olham para a pessoa errada. Elas olham para dentro de si mesmas e tentam melhorar a natureza velha, pecaminosa – e cada vez isso termina em fracasso. Deus diz que tentar fazer algo de bom por si mesmo é uma tentativa tão inútil como tentar mudar a cor da pele de um mouro.
Contudo, Deus tem um outro caminho para mudar uma pessoa e possibilitar-lhe um novo começo. Ele oferece não apenas um novo começo, mas também apaga os pecados do passado: "E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2 Co 5.17).
Neste novo começo de ano, por que você não reconhece Jesus Cristo como seu Salvador pessoal, para experimentar a alegria do perdão dos seus pecados e ter a certeza da vida eterna? Ao invés de estabelecer novos bons propósitos a cada ano, você poderá olhar para o passado, para o momento em que Deus lhe deu um novo começo – uma nova vida – uma nova esperança.
Jesus disse em João 6.37: "...o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora". (C. H. Dennis - http://www.chamada.com.br)



Reproduzido Por: Dc . Alair Alcântara
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