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terça-feira, 10 de novembro de 2009

O TRONO DE DEUS - APOCALIPSE 4




A verdadeira adoração é, umas das maiores necessidades da vida da igreja. Adorar é atribuir valor ( Ap 4.11; 5.12), é usar tudo o que somos e temos para louvar a Deus por tudo o que Ele é e faz. Uma das definições mais brilhantes que já li sobre adoração é de William Temple:



"Adoração é a submissão de todo nosso ser a Deus. É tomar consciência de sua santidade; é o sustento da mente com sua verdade; é a purificação da imaginação por sua beleza; é a abertura do coração a seu amor; é a rendição da vontade a seus propósitos"


Uma vez que o céu é um lugar de adoração e o povo de Deus o adorará por toda eternidade, deveríamos começar aqui na terra. O texto de Ap 4 certamente nos ajudará a entender melhor como adorar a Deus e dar a glória que lhe é devida.



ADORAM AO CRIADOR -



Uma das palavras chaves deste capítulo é trono: é usada doze vezes neste capítulo. Aliás, trata-se de uma palavra chave no Apocalipse, em que aparece quarenta e cinco vezes. O trono é um lugar de honra, autoridade e julgamento. Todos os tronos da terra estão sob a jurisdição desse trono no céu. Aquele que criou todas as coisas, está no controle de tudo e levará a história para uma consumação final, onde Ele e sua amada noiva sairão vitoriosos. O trono de Deus é o verdadeiro centro do universo. Que bom saber que o trono que João viu, não está na terra, mas sim no céu! William Hendriksen, ilustre comentarista bíblico afirma: " O universo na Bíblia não é geocêntrico, nem heliocêntrico, mas teocêntrico".



Assentado no trono - O Deus Todo-Poderoso ( vv. 2, 3a) - Para uma igreja perseguida, torturada, martirizada esta é uma mensagem consoladora: saber, que o seu Deus está no trono ( Is 6.1; Sl 99.1) A referência é a Deus o Pai, pois o Filho aproxima-se do trono em Ap 5.6, e o Espírito é retratado diante do trono em Ap 4.5. Notemos que aqui, não há descrição do trono, nem da pessoa que está assentada nele. Por que? Porque Deus é indescritível, nenhuma palavra no mundo, pode descrever quem Deus é. Nenhum lexicógrafo conseguiria expressar quem Deus é. O que João viu quando olhou para o trono só pode ser descrito em termos de brilho, e pedras preciosas. João diz que Ele é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe ( a mais cristalina, a mais pura, sem nehuma mancha). É o nosso diamante. Há uma abundância de luz que emana dessa pedra. E de sardônio ( cor vermelha, a mais translúcida que existe). João vê beleza, riqueza, abundância de luz. Deus é luz e Ele habita em luz inacessível ( I Tm 6.16). A pedra de jaspe ( branca) descreve a santidade de Deus e o sardônio ( vermelho) o seu juízo. Tal é Deus, santo e justo!


Circundando o trono - um arco celeste ( vs 3b) - O arco celeste aqui não é apenas um arco, mas um círculo completo, pois no céu todas as coisas são completas. Nunca use a expressão " arco-íris", como vejo alguns falando. Irís é uma divindade do Egito. Deus não divide a glória Dele com ninguém. O arco celeste lembra a aliança de Deus com Noé ( Gn 9.11-17), simbolizando sua promessa de jamais destruir a Terra com um diluvio. Mais adiante, Deus firmou sua aliança não apenas com Noé, mas com toda a criação. Normalmente o arco celeste aparece depois de uma grande tempestade, mas aqui, ele aparece antes dela. O que a Bíblia quer nos ensinar com isto? Porque a graça de Deus sempre antecede o julgamento. Foi o que o profeta Habacuque clamou:

" [....] na tua ira lembra-te da misericórdia" ( Hc 3.2). Para os filhos de Deus a tempestade já passou, porque Cristo deu a si mesmo para nos resgatar do diluvio do juízo.



Ao redor do trono - os anciãos e seres viventes ( vv. 3,4,6,7) - O arco celeste circundava o trono em plano vertical, enquanto aqui os seres viventes o circundam em um plano horizontal. João vê que ao redor do trono, há também, vinte e quatro tronos. Esses tronos estão ao redor e não no centro. Deus está no alto e sublime trono.


João vê assentados neles, vinte e quatro anciãos. Assentado fala de uma posição de autoridade e poder. A igreja tem a honra não apenas de ser salva, mas também de reinar no céu e ser assistente de Deus no Seu julgamento ( Mt 19.27-28; I Co 6.2). Fomos constituídos reis e sacerdotes ( Ap 1.6). Os sacerdotes estavam divididos em 24 turnos ( I Cr 24.7-18). Aqui somos divididos em igrejas, denominações. Mas no céu seremos uma só igreja: os que foram lavados pelo sangue do Cordeiro. Agora você deve estar perguntando: Quem são os 24 anciãos assentados em tronos? Os 24 anciãos representam o povo fiel de Deus, a "igreja do Velho e Novo Testamento" - a igreja dos patriarcas e apóstolos, a totalidade da igreja de Deus na história. Eles estão vestidos de roupas brancas [ justificação] e usando coroas de ouro [ glorificação]. Portanto, aqui é uma visão não do que é, mas do que há de ser, ou seja, a igreja plena, como será na glória, adorando e louvando a Deus diante do trono, nos céus.


Também ao redor do trono, João viu quatro "seres viventes". São semelhantes aos querubins da visão do profeta Ezequiel ( Ez 1.4-14; 10.20-22), mas seu louvor ( Ap 4.8) traz à memória os serafins de Isaías 6. Warren Wiersbe, profícuo comentarista lança luz sobre estes seres: " Os rostos dos seres viventes são paralelos à declaração de Deus em Gn 9.10 - O Senhor firmou sua aliança com Noé ("rosto como de homem"), com as aves (" semelhante à aguia"), os animais domésticos ( "semelhante ao novilho") e os animais selváticos ( "semelhante a leão"). Outros estudiosos como Arthur Bloomfield pensa que eles ilustram o retrato quádruplo de Cristo nos evangelhos. Mateus é o evangelho do Rei ( o leão). Marcos enfatiza o Senhor como servo em seu ministério ( o novilho). Lucas apresenta Cristo como o Filho do homem, repleto de compaixão. João magnifica a divindade de Cristo, o Filho de Deus ( a águia).


Por fim, o nome que essas criaturas proferem - "Senhor Deus, o Todo Poderoso" - enfatiza o poder de Deus. Estes quatro seres viventes proclamam sem cessar a santidade, a onipotência, e a eternidade de Deus ( Ap 4.8)


Saindo do trono - sinais de tempestade ( v. 5a ) - "Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões". São sinais da aproximação de uma tempestade e lembranças do poder tremendo de Deus ( Ex 9.23, 28 ; 19.16). Esses "sinais de tempestade se repetirão durante o julgamento, sempre vindos do trono e do templo de Deus ( Ap 8.5; 11.19; 16.18). Sem dúvida, Deus já preparou seu trono para o julgamento ( Sl 9.7; 77.18).



O mundo não gosta de pensar em Deus como um Deus de julgamento. As pessoas preferem ver o arco celeste ao redor do trono e ignorar os relâmpagos e trovôes. Sem dúvida, ele é um Deus cheio de graça, mas sua graça reina pela justiça ( Rm 5.21). Essa realidade ficou clara na cruz, onde Deus manifestou seu amor pelos pecadores quanto sua ira contra o pecado.



Diante do trono - as tochas de fogo e o mar de vidro ( vv. 5b, 6) - As sete tochas dão idéia de plenitude e simbolizam o Espírito Santo de Deus ( Ap 1.4, Ez 1.13). O céu não tem um templo no sentido material. O céu como um todo é santuário de Deus para os que servem diante de seu trono santo ( Ap 7.15). O mar de cristal puro simboliza a santidade de Deus, contrastando com Is 57.20.



Louvores ao que está assentado no trono - ( vv 9-11) - Sempre que os seres viventes glorificam a Deus, os anciãos prostam-se diante do trono para adorar o Senhor. O livro de Apocalipse é repleto de hinos de louvor ( Ap 4.8-11; 5.9-13; 7.12-17; 11.15-18).


O tema deste hino é Deus, o Criador, enquanto em Apocalipse 5 os anciãos louvam a Deus, o Redentor. Apocalipse 4 é dedicado ao Pai no trono, enquanto Apocalipse 5 é dirigido ao Filho ( o Cordeiro) diante do trono. O louvor de encerramento ( Ap 5.13) é voltado para ambos, outra prova irrfutável da divindade de Jesus Cristo.



A criação dá testemunho constante do poder, da sabedoria e glória de Deus ( Sl 19). Reconhecer o Criador é o primeiro passo para crer no Redentor ( At 14.8-18; 17.22-31). Tudo foi criado por meio Dele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas ( Cl 1.16,17).




Infelizmente o ser humano pecaminoso adora e serve a criatura em vez do Criador, praticando, desse modo a idolatria ( Rm 1.25). O homem lançou a criação no pecado, de modo que a criação boa de Deus ( Gn 1.31) hoje é uma criação que geme ( Rm 8.22); mas, por causa da cruz, um dia ela será liberta e se tornará a uma criação gloriosa ( Ap 8.18-24). Amém!



Bibliografia:


Wiersbe, Warren. Comentário Biblico. Novo Testamento

Lopes, Hernandes Dias. Apocalipse. Editora Hagnos. Ano 2005

Hendriksen, William. Mais que vencedores. Ed. Cultura Crista. Ano 2001






http://davarelohim.blogspot.com/2009/03/o-trono-de-deus-apocalipse-4.html






Reproduzido por: Liberdade






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