O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), vai a Brasília na próxima terça-feira apresentar à Secretaria Nacional da Defesa Civil um relatório parcial sobre a área ao norte do Estado atingida pelo rompimento da barragem Algodões I. O documento vai conter uma lista do que precisa ser reconstruído na região.
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Dias reuniu-se neste domingo com prefeitos dos dois municípios arrasados pelas águas e os orientou sobre como organizar documentos para que o Estado possa pedir auxílio ao governo federal.
A barragem cedeu na quinta-feira, deixando sete mortos, 2 mil desabrigados, 973 desalojados e 80 feridos. As buscas por desaparecidos continuam. Na reunião de hoje, o prefeito de Cocal da Estação, Fernando Sales, informou que há 23 comunidades atingidas, sendo 14 isoladas. A prefeita de Buriti dos Lopes, Ivana Fortes, estimou que haja 450 famílias atingidas, 250 desalojados e 150 casas destruídas.
AE |
Imagem da Barragem Algodões 1, antes do rompimento |
Dias determinou a criação de um grupo de trabalho com representantes da comunidade e das três esferas de poder, para fazer uma avaliação técnica do incidente. O Instituto de Desenvolvimento do Piauí (Idepi), responsável por áreas de barragem, coordenará o trabalho e uma técnica indicada pelo governo federal prestará assessoria à equipe. "Não vamos tomar nenhuma decisão sem ouvir a comunidade", afirmou Dias por meio de nota. O coordenador da Defesa Civil em Cocal, Alexandre Lucas, sugeriu a formação de três grupos para atuar nas áreas de soluções emergenciais, infraestrutura e suporte às famílias.
A Defesa Civil Municipal de Buriti informou há pouco que mais de 200 famílias estão abrigadas em colégios e casas de acolhida. As equipes de resgate e atendimento à população são formadas por integrantes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e por assistentes sociais. A assistência social faz ainda entrevistas com as famílias atingidas pela tragédia. As informações devem constar do formulário que será levado pelo governador do Estado a Brasília.
As famílias que foram desabrigadas em Cocal da Estação e Buriti dos Lopes, terão suas casas reconstruídas pelo governo do Estado. Segundo o prévio das perdas nas duas cidades e no município de Cocal dos Alves, 650 casas foram destruídas após o rompimento da barragem.
O diretor-geral da Agência de Desenvolvimento Habitacional do Estado, Marcelino Fonteles, disse que as famílias ainda não devem voltar para as regiões atingidas pelo alagamento.
Hoje, os soldados do Exército, utilizando helicóptero da Força Aérea, distribuíram 1.200 cestas de alimentos em dez povoados cujo acesso só é possível por via aérea.
Rompimento
De acordo com o governo do Estado, na tarde da última quarta-feira, dez milhões de metros cúbicos de água escaparam instantaneamente por um rombo de quatro metros na parede da barragem, originando uma onda devastadora com dez metros de altura. Outros 40 milhões de metros cúbicos escorreram devagar pela abertura, que aumentou para 50 metros.
O diretor-geral do Instituto de Desenvolvimento do Piauí (Idepi), Norbelino Lira de Carvalho, disse que o rompimento de Algodões 1 aconteceu após uma chuva de 106mm durante 4 horas na região da represa. “Acontece uma chuva dessa intensidade sobre uma barragem já fragilizada e em recuperação, em época atípica, quando não costuma mais chover nessa região. Além disso, choveu muito no Ceará, onde está a nascente do Pirangi. Posso dizer que foi um acidente da natureza”, afirmou.
A empresa Água e Esgotos do Piauí S/A (Agespisa) enviou água potável para a região e, para garantir que o abastecimento na cidade continue, instalou dois geradores por causa do corte no fornecimento de eletricidade.
O sinal de telefonia celular foi restabelecido no local por uma operadora. Em caráter emergencial, dez escolas e ginásios de esportes já estão funcionando como abrigos provisórios. “Foi um verdadeiro tsunami”, reconheceu o governador do Estado, Wellington Dias, depois de sobrevoar a área.
Cerca de 2,5 mil famílias tinham sido retiradas do local por precaução, e retornaram na última semana por determinação do engenheiro responsável pela obra, Luís Hernane de Carvalho.
O procurador da República Kelston Lages informou que o Ministério Público Federal está colhendo informações sobre o caso. O Ministério Público do Estado também avalia se a responsabilidade pelo rompimento da barragem é do engenheiro ou do Estado.
iG |
Região de Buritis dos Lopes e Cocal |
A presidente da Empresa de Gestão de Recursos do Piauí (Emgerpi), Lucile Moura, informou que o governador determinou a criação de um comitê técnico para avaliar o ocorrido.
Segundo ela, também foi determinado pelo governador que a Secretaria de Segurança instaure um inquérito para apurar as responsabilidades pelo rompimento da estrutura.
Mais de 100 militares, entre bombeiros e policiais de Teresina e de Parnaíba, foram enviados para o local, assim como cinco helicópteros para ajudar no resgate das pessoas que estão em áreas isoladas.
A Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, já disponibilizou cestas e alimentos, material de limpeza e colchões, cobertores, travesseiros e filtros.
(Com informações das agências Estado e Brasil)
Barragem se rompe no Piauí
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