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segunda-feira, 11 de maio de 2009

ONU alerta para grave crise humanitária no Paquistão

Civis de Swat e Buner, noroeste do Paquistão, chegam a um ponto de ônibus de Mardan

PESHAWAR, Paquistão (AFP) — A ONU qualificou nesta segunda-feira de "grave crise humanitária" o fluxo de centenas de milhares de habitantes que fogem dos combates do vale do Swat e de seus arredores, no noroeste do Paquistão, onde o Exército continua sua ofensiva contra os talibãs.

Os militares afirmaram ter matado em 24 horas 52 destes combatentes islâmicos ligados à Al-Qaeda, mas o balanço não pôde ser comprovado por fontes independentes.

Pela manhã, um novo atentado suicida contra os soldados matou 10 pessoas, entre elas oito civis.

Mais de 360.000 moradores dos distritos de Swat, Buner e Baixo Dir se inscreveram em campos de refugiados nos últimos 10 dias, declarou à AFP Manuel Bessler, o coordenador dos assuntos humanitários da ONU no Paquistão.

"Estamos diante de uma grave crise humanitária", alertou, temendo que o número de refugiados procedentes da região de Swat chegue a 800.000 até o fim deste ano.

O governo não fornece nenhum número oficial, mas algumas autoridades locais mencionaram o número de meio milhão de pessoas deslocadas desde o início da ofensiva militar.

Os talibãs invadiram há dois anos o vale do Swat, um antigo ponto turístico do país, e o Exército ainda não conseguiu expulsá-los da região.

Em meados de fevereiro, Islamabad assinou um acordo de paz em virtude do qual os talibãs aceitavam um cessar-fogo em troca da instauração, em Swat e em outros seis distritos, de tribunais islâmicos.

Porém, ao invés de entregar as armas, os combatentes islâmicos aproveitaram a oportunidade para tomar o controle os distritos de Buner e Baixo Dir, ficando a cerca de 100 km de Islamabad.

Sob a intensa pressão de Washington, Islamabad lançou há 15 dias uma grande operação militar para reconquistar Baixo Dir, Buner e Swat.

O Exército afirma ter matado até agora pelo menos 780 talibãs e perdido apenas 20 homens.

Presos entre os bombardeios dos aviões e helicópteros do Exército e os disparos talibãs, "os moradores estão bloqueados numa zona fantasma, onde não podem contar com nenhum tipo de assistência", lamentou Bessler. A comida está ficando escassa em Swat e faltam equipamentos aos hospitais, avisou o funcionário da ONU.

Na manhã desta segunda-feira, perto de Dara Adam Khel, mais ao sul, um suicida lançou seu carro-bomba contra um posto de controle militar. Dois soldados e oito civis, incluindo uma menina de seis anos, morreram, segundo fontes militares.

O Paquistão é assolado por uma onda sem precedentes de atentados que já mataram mais de 1.800 pessoas em pouco mais de 18 meses.

Respondendo ao apelo de Osama bin Laden, os talibãs paquistaneses decretaram em meados de 2007 a jihad (guerra santa) contra Islamabad por seu apoio à guerra contra o terrorismo conduzida pelos Estados Unidos desde os atentados de 11 de setembro de 2001.





http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5gnTcNVRu3RUjsQw4McbaGuqTUCrA

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