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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

CNT/Sensus: População espera aumento de renda e emprego, apesar da crise

BRASÍLIA - Em meio à crise financeira internacional, mais da metade da população acredita que o emprego e a renda vão melhorar nos próximos seis meses. Segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira, 51,1% dos entrevistados afirmaram em janeiro que o emprego vai melhorar, índice superior ao divulgado em dezembro, quando 47,3% diziam o mesmo. Outros 21,7% afirmaram que o emprego vai continuar igual, contra 20,3% que preveem piora.

Quanto à renda, 51,7% acham que ela vai melhorar nos próximos seis meses, contra 31,4% que não preveem mudança e 11,1% que apostam em redução. O pesquisador Ricardo Guedes, do Instituto Sensus, associa a esperança da população à alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva . ( Como você avalia o governo Lula? Vote! )

- O presidente Lula é a âncora da esperança. O povo acredita em Lula e nas medidas do governo contra a crise. O cidadão percebe o desemprego, mas acredita que as medidas anunciadas por Lula vão funcionar - afirmou o analista.

" O presidente Lula é a âncora da esperança. O povo acredita em Lula e nas medidas do governo contra a crise "

O presidente da CNT, Clésio Andrade, faz, no entanto, um alerta:

- Mas isso não se sustenta se a crise continuar. Não tem como sustentar essa popularidade em cima de uma crise.

Em dezembro de 2008 houve 654.946 postos fechados no mercado formal de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Foi pior resultado mensal desde maio de 1999, quando começou a série histórica do Caged. Apesar dos dados de dezembro, o ano de 2008 fechou com um saldo positivo de 1.452.204 empregos criados, o terceiro melhor ano da história.

Já a taxa de desemprego aberto medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nas seis maiores regiões metropolitanas país caiu para 6,8% em dezembro de 2008 contra 7,6% em novembro, atingindo seu menor valor na série histórica iniciada em março de 2002. O indicador também diminuiu em relação a dezembro de 2007 (7,4%).

" Não tem como sustentar essa popularidade em cima de uma crise "

O levantamento mostrou também que 50% da população é favorável à redução da jornada de trabalho com consequente redução dos salários como forma das empresas enfrentarem a crise, contra 38,9% que são contra a ideia. A maioria - 74,2% contra 14,4% - também é a favor da abertura de linhas de crédito do governo para ajudar as empresas:

- Isso esboça uma linha de pensamento de economia de mercado por parte da população brasileira - afirmou Ricardo Guedes, acrescentando que a população está disposta a sacrifícios contra a crise.

Quando confrontados diretamente com perguntas sobre a crise financeira, os entrevistados foram menos otimistas, dividindo-se sobre o medo do desemprego. Questionados sobre o receio de perder o próprio emprego caso a crise se agrave, 42,7% admitiram o temor, contra 43,8% que dizem não ter medo. A pesquisa também mostrou que 56,5% da população conhece ou ficou sabendo de alguém que perdeu o emprego em decorrências das turbulências globais.

A pesquisa foi realizada entre 26 a 30 de janeiro em 136 municípios de 24 estados do país. Foram entrevistados 2 mil eleitores, com margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.




http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/02/03/cnt-sensus-populacao-espera-aumento-de-renda-emprego-apesar-da-crise-754238984.asp

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