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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Casos de infecção urinária colocam pacientes em alerta

Juliana Franco
Casos de infecção urinária, como o da modelo Mariana Bridi, 20 anos, que morreu no Espírito Santo, e da nutricionista Aline Borges, 23 anos, internada em Minas Gerais, depois que foram afetadas por infecção urinária, deixam os bauruenses em alerta. Mais que antes da divulgação destes casos, os pacientes estão questionando seus médicos sobre a possibilidade de também virem a enfrentar complicações.

Complicações como as que mataram a modelo e a nutricionista são consideradas raras. Mas segundo especialistas, podem acontecer dependendo do tipo de tratamento, do perfil da bactéria causadora do problema, da resposta do paciente ao tratamento, entre outros fatores.

De acordo com o médico infectologista Gustavo Hideki Kawanami, do Hospital Estadual de Bauru, qualquer infecção pode ter um desfecho trágico. “Estes dois casos tiveram início de forma simples, por meio de uma infecção urinária. No caso da modelo, a deficiência de resposta do organismo dela, o atraso na procura pelo tratamento ou até mesmo as características da bactéria, foram fatores somatórios que fizeram com que ela tivesse um quadro mais grave”, explica o médico.

“Conseqüentemente, a bactéria caiu na corrente sangüínea, o que causou complicações circulatórias. Além disso, o problema da modelo foi causada pela bactéria Pseudomanas aeroginosa, que não é causadora habitual da infecção. Outro ponto é que não sabemos se houve o uso de medicações prévias ou até mesmo de medicamentos para emagrecer, que sabiamente acabam com o organismo de defesa e prejudicam a resposta do paciente”, acrescenta Gustavo.

A infecção urinária é mais comum entre as mulheres. De acordo com a associação americana de urologia, metade das mulheres terá a doença pelo menos uma vez na vida. As causas diferem de acordo com a idade. Nas crianças, a maior preocupação é a falta de higiene; nas adolescentes é o uso de roupas apertadas, principalmente de lycra ou jeans. A demora em ir ao banheiro pode ser outro fato causador.

Segundo o infectologista, os sintomas mais comuns da infecção urinária são: pouca quantidade de líquido e dor ao urinar, tanto no início como no fim do jato urinário, desconforto na região abaixo do abdome, falta de controle da urina - vontade contínua de urinar. “O importante é que a população não entre em pânico achando que todo tipo de infecção pode ter um desfecho como esse”, ressalta o infectologista. “Além disso, qualquer médico pode fazer esse diagnóstico e tem condições de tratar”, complementa.

A não-continuidade do tratamento com antibiótico também pode ser prejudicial. O médico explica que uma pessoa que deveria tomar antibiótico por 14 dias, mas o faz por apenas sete, corre o risco de não debelar a infecção completamente. Conseqüentemente, o sintoma melhora de imediato, mas logo em seguida, volta. “Neste caso, a pessoa fez uma exposição inadequada ao antibiótico e pode ter selecionado bactérias resistentes que, em um futuro, podem causar infecção”, afirma Gustavo.

Infecção hospitalar

Infecção hospitalar é classificada como qualquer tipo de infecção adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou procedimento hospitalar, como, por exemplo, uma cirurgia. Gustavo explica que o paciente que está dentro do hospital tem duas características: ele está doente por algum motivo e tem diversos fatores que podem afetar a defesa de seu organismo.

“No hospital, por ser um local que usa muito antibiótico, as bactérias que temos têm uma chance maior de serem resistentes. Adquirir uma bactéria capaz de causar infecção, dentro do hospital, pode representar uma dificuldade maior de tratamento”, revela o médico.

Para evitar essas complicações, todo o hospital é obrigado por lei a ter um controle de infecção hospitalar. “O controle atua em várias estratégias, como orientação de qual antibiótico deve ser usado, controle de qualidade do atendimento para saber quanto tempo o paciente vai ficar internado”, conta Gustavo. “Também atua no tratamento final da infecção e nos critérios de uma infecção curada. O controle do material esterilizado, e da transmissão dessa bactéria no hospital e o isolamento do paciente também são fundamentais”, finaliza.





http://www.jcnet.com.br/editorias/detalhe_geral.php?codigo=148894

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