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terça-feira, 24 de maio de 2011

Mais um corpo é retirado do Lago Paranoá, no DF; mortos chegam a cinco



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Foto de Ailton Freitas, Agência O Globo
BRASÍLIA, SÃO PAULO - Os bombeiros localizaram na manhã desta terça-feira o corpo de mais uma vítima do naufrágio de uma embarcação no Lago Paranoá, em Brasília. Com isso, sobe para cinco o número de vítimas fatais do acidente. Mergulhadores do Corpo de Bombeiros retomaram às 6h as buscas aos desaparecidos. Entre quatro e cinco pessoas estão sendo procuradas.
Nesta segunda-feira, pela manhã, os bombeiros localizaram o corpo de Flávia Daniela de Araújo Pereira Dornel, 22 anos. À tarde, foi localizado o corpo de um homem preso à embarcação. Cerca de 20 minutos depois, os bombeiros encontraram uma criança, de 10 anos, próxima ao barco afundado. No domingo, dia do acidente, um bebê de 7 meses foi resgatado com vida, mas não resistiu. A embarcação está a 17 metros de profundidade. A visibilidade, de apenas um metro dentro do lago, por causa das águas turvas, dificulta as buscas pelos desaparecidos.
A embarcação que afundou no Lago Paranoá, em Brasília, com mais de 100 pessoas a bordo apresentava uma rachadura em uma das estruturas que fazem o barco flutuar. Essa estrutura é chamada de tubulão. Segundo os bombeiros, a falha foi descoberta por um dos mergulhadores que procura pelos passageiros que desapareceram após o acidente. De acordo com os bombeiros, ainda não se sabe se essa rachadura contribuiu para o naufrágio do barco. Segundo os bombeiros, o comandante do barco poderia nem saber da rachadura, já que ela ficava submersa.
A Marinha divulgou nota nesta segunda-feira informando que a embarcação Imagination, tinha autorização para transportar 92 pessoas, sendo 90 passageiros e 2 tripulantes. Segundo informações preliminares prestadas pelo Corpo de Bombeiros à Marinha, a embarcação transportava mais de cem pessoas e, portanto, estaria acima do limite autorizado.
A Marinha abriu um inquérito para investigar as causas do acidente e as condições da embarcação. O prazo para conclusão é de 90 dias.
A embarcação foi vistoriada em novembro de 2010, quando foi renovado o “Certificado de Segurança da Navegação – CSN” “estando dentro das normas previstas”. Na ocasião, o “material de salva-vidas (coletes, extintor de incêndio e boias circulares, entre outros) estava em conformidade com as especificações e na quantidade prevista”, informa nota divulgada pela Marinha. O piloto do barco, Airton da Silva Maciel, tinha a habilitação exigida, segundo a Marinha.
Segundo a major Vanessa Signale, o barco está imbicado.
- A embarcação está embicada para baixo e tudo o que estava dentro foi para baixo - explica Vanessa.
Logo após o acidente, a maioria dos passageiros nadou até a margem ou conseguiu ficar boiando na água. Três pessoas foram internadas.
A lista de passageiros da embarcação não foi localizada e, portanto, não é possível saber o número exato de pessoas que estavam na festa. Uma das hipóteses é que ela tenha afundado com o barco. O barco partiu do clube Cota MIl por volta das 19h e foi buscando pessoas em diversos pontos do lago, o que dificulta a identificação. Havia uma festa a bordo.
Airton Carvalho Maciel, de 21 anos, comandante do barco, disse que 79 passageiros e 11 tripulantes estavam a bordo, mas não sabe se havia mais pessoas, que podem ter entrado como "penetras" da festa, cujo valor de entrada era de R$ 60.
O comandante disse que fez vistoria de rotina antes de começar a navegar e que percebeu uma leve inclinação.
- Observei na saída que tava um pouquinho mais para o lado, realmente que afundou, né? Prá esquerda e orientei o pessoal a ficar um pouco mais à frente e à direita, pra ela equilibrar o barco, compensar. Foi o que fizemos - contou.
O problema não foi resolvido e as luzes e o motor apagaram.
- Eu corri para tentar ver alguma coisa. Percebi que na hora o gerador começou a cair, começaram a apagar as luzes, o motor desligou. Corri para ver o que poderia ser feito. Observei que não dava para fazer mais nada senão entrar e tentar ajudar.
Náufragos são acompanhados por parentes após resgate no Lago Paranoá - Foto: Ailton de Freitas
O barco, de propriedade particular, era usado principalmente para festas. Um advogado do dono do barco, que foi identificado como Marcos José de Almeida, disse que a documentação e a manutenção estavam regulares. O dono teria dito que havia 125 coletes salva-vidas a bordo, mas os passageiros não tinham colocado. Pessoas que estavam na embarcação dizem que havia cerca de 20 coletes.
A polícia também vai investigar as causas do acidente, que serão identificadas somente após uma perícia técnica. As primeiras suspeitas apontam para a superlotação no barco.
Segundo o relato de uma das vítimas, uma lancha teria passado perto do barco, provocando ondulações no Lago Paranoá. Os passageiros então ficaram correndo de um lado para outro dentro do barco, o que teria piorado a situação. O comandante do barco, porém, descartou que o barco tenha sido atingido por lancha.
O estudante Mateus Lior disse que foi tudo muito rápido.
- Era muita pressão da água puxando para baixo.
Há exatamente um ano, o naufrágio de uma lancha no mesmo Lago Paranoá resultou na morte de duas irmãs. Perícia indicou que a superlotação provocou o naufrágio. Com capacidade para seis pessoas, a embarcação levava 11 passageiros. O piloto, José da Rocha Costa Júnior, foi indiciado por homicídio culposo.


Postado Por Dc. Alair Alcântara


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