da Folha Online
Os confrontos entre grupos de traficantes e policiais militares deixaram 12 mortos neste sábado na zona norte do Rio, segundo informações da Polícia Militar. Pela manhã, um helicóptero da PM foi derrubado pelos criminosos. Após os ataques, o governo do Rio recusou ajuda da Força Nacional.
- Veja repercussão dos confrontos na imprensa internacional
- 3.000 homens reforçam policiamento após confrontos
- Dois moradores do morro dos Macacos são feridos no Rio
Ricardo Moraes/Reuters |
Traficantes queimam veículos na zona norte do Rio e derrubam helicóptero da Polícia Militar; dois policiais militares morreram |
Os confrontos tiveram início ainda na madrugada, quando criminosos do morro São João tentaram invadir o morro dos Macacos, em Vila Isabel, em disputa pelos pontos de venda de drogas, de acordo com a PM. Segundo o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, a polícia sabia da invasão planejada pelos traficantes.
De acordo com o secretário, após a informação, o policiamento no local foi reforçado, mas destacou a dificuldade em impedir invasões do local devido a grande quantidade de acessos que possui o morro. A via usada pelos traficantes do morro São João, também na zona norte do Rio, ainda não foi determinada pela polícia.
A Polícia Militar ainda afirmou que quatro diferentes batalhões foram deslocados para reforçar o policiamento após a informação de invasão, e destacou que um grupo de traficantes foi interceptado e, após tiroteio, impedido de acessar o morro dos Macacos.
Ainda de acordo com a PM, os confrontos deixaram ainda oito pessoas feridas, entre eles, dois moradores do morro dos Macacos e outros seis policiais militares --um deles em estado grave. Até as 22h30, um suspeito preso e um adolescente apreendido.
Após os confrontos, a PM realizou uma operação para derrubar barricadas no morro São João, na zona norte do Rio, feitas por traficantes para dificultar o acesso de policiais. Segundo informações da PM, uma retroescavadeira é utilizada para derrubar as barricadas e liberar o acesso ao local.
Por volta das 22h30, a PM ainda mantinha o cerco a local e procurava outros criminosos. Segundo Beltrame, mais de 3.000 homens reforçam o policiamento na região do morro dos Macacos e do morro São João. O policiamento deve se manter por tempo indeterminado no local.
Força Nacional
Após os confrontos, o ministro da Justiça, Tarso Genro, conversou com o governador do Rio, Sérgio Cabral, e ofereceu a ajuda da Força Nacional para controlar a ação dos traficantes, mas, segundo o ministro, o governador recusou a ajuda.
De acordo com o ministro, Cabral disse que a Polícia Militar e a Polícia Civil têm equipamentos e condições suficientes para continuar o seu trabalho, cujo sucesso não depende de mais pessoal nem de mais armamentos, mas da continuidade das ações preventivas para o enfrentamento do crime.
O ministro afirmou que acontecimentos como os de hoje podem voltar a ocorrer e não devem significar abalo para o Comitê Olímpico Internacional, que escolheu a cidade do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016, ou provocar expectativas negativas em relação à realização da Copa do Mundo, em 2014 (o Rio será uma das doze cidades-sede do Mundial).
"Ao escolher a cidade, eles já tinham conhecimento do trabalho que vem sendo realizado na área da prevenção e que continuará, pois vem fazer face à omissão do Estado nas últimas décadas em relação à segurança pública", afirmou Tarso. Nos próximos anos, segundo ele, a cidade estará em melhores condições para sediar os eventos, porque os programas em execução vão preparar o Rio para recebê-los.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u639578.shtml
Nenhum comentário:
Postar um comentário