Pelo menos 157 pessoas foram mortas e 1.253 ficaram feridas ontem, em Guiné-Conacri , na repressão de uma manifestação da oposição pelas forças de segurança, indicou hoje um responsável da Organização Guineense de Defesa dos Direitos Humanos (OGDH).
"Registámos até agora 157 mortos e 1.253 feridos", afirmou Thierno Maadjou Sow, da OGDH.
Um balanço divulgado ontem à noite pela polícia apontava 87 mortos, mas já hoje a oposição tinha afirmado que morreram 128 pessoas.
O chefe da diplomacia francesa, Bernard Kouchner, anunciou que a França decidiu suspender de imediato a sua cooperação militar com a Guiné-Conacri e rever toda a ajuda bilateral, após a repressão "selvagem e sangrenta" da manifestação.
A França, antiga potência colonial da Guiné-Conacri, anunciou também a realização quarta-feira de uma reunião da União Europeia em Bruxelas para analisar a situação.
"A nosso pedido, a União Europeia reúne-se quarta-feira em Bruxelas
para analisar medidas complementares que possam ser adoptadas rapidamente", afirmou o ministro francês em comunicado.
No final de Julho, a União Europeia decidiu colocar a Guiné-Conacri sob observação durante dois anos e manter congelada a ajuda ao desenvolvimento, esperando o regresso do país à ordem constitucional após o golpe de Estado de Dezembro de 2008.
Na sequência do golpe, uma junta militar liderada pelo capitão Moussa Dadis Camara tomou o poder e suspendeu a Constituição pouco depois da morte do general Lansana Conté, que presidia aos destinos da Guiné-Conacri há 24 anos.
Milhares de pessoas concentraram-se ontem num estádio de Conacri para protestar contra a possibilidade de uma candidataura do chefe da junta militar às presidenciais de Janeiro.
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