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sexta-feira, 6 de março de 2009

Desemprego atinge nível mais alto nos EUA em 25 anos

Washington, 6 mar (EFE).- Os Estados Unidos registraram em fevereiro a maior perda mensal de postos de trabalho desde 1949, e o índice de desemprego subiu para 8,1%, o nível mais alto em 25 anos, e analistas acreditam que continuará aumentando.

O Departamento do Trabalho americano informou hoje que no mês passado a economia sofreu uma perda líquida de 651 mil empregos.

A secretária do Trabalho, Hilda Solis, lembrou que "os EUA já somam aproximadamente 4,4 milhões de postos de trabalho perdidos desde o início da recessão, em dezembro de 2007, e quase três milhões de pessoas ficaram desempregadas por um período superior a seis meses".

O presidente dos EUA, Barack Obama, também reagiu a esse número tão elevado, e afirmou hoje que não aceita "um futuro de desemprego" no país.

Obama impulsionou um pacote de estímulo econômico que tem entre seus objetivos a proteção ou criação de 3,5 milhões de postos de trabalho em dois anos, mas alguns economistas opinam agora que o ambicioso plano presidencial não será suficiente.

Fevereiro foi o terceiro mês consecutivo com perda superior a 600 mil postos de trabalho, o que ocorreu pela primeira vez desde que o Departamento do Trabalho começou a reunir esses dados, em 1939.

Calcula-se que atualmente 12,5 milhões de pessoas estão sem trabalho nos EUA, o maior número desde o nível de desemprego começou a ser medido no país.

O Departamento do Trabalho indicou ainda que no final de fevereiro havia aproximadamente 5,11 milhões de pessoas recebendo seguro-desemprego.

Solis indicou que o Governo "já agiu" para aumentar os benefícios e a duração do seguro-desemprego, e anunciou que o Departamento do Trabalho distribuirá US$ 3,5 bilhões aos estados para que invistam em educação, capacitação e criação de novos postos.

Após um índice de desemprego de 7,6% em janeiro, a maioria dos analistas tinha calculado que em fevereiro subiria para 8%.

"Calculo que o desemprego alcançará um máximo de 9,5% no segundo trimestre de 2010", opinou Mark Zandi, principal economista da agência Moody's de qualificação de crédito.

"Esta é uma média trimestral, e acreditamos que em alguns meses vamos superar os dois dígitos", previu.

Apesar dos gigantescos programas de socorro ao sistema financeiro e de estímulo econômico aprovados pelo Congresso, que somam quase US$ 1,5 trilhão desde outubro, "a economia segue ladeira abaixo", disse Kurt Karl, chefe de análise na Economic Research Consulting de Nova York.

"Além de perder 651 mil postos de trabalho no mês passado, o setor da moradia continua perdendo força e a tendência de consumo continua negativa", acrescentou.

Comentou também que a manufatura "continua diminuindo e, por isso, o estímulo fiscal é essencial para uma reativação econômica".

Para Nariman Behravesh, economista-chefe do IHS Global Insight de Nova York, "a má notícia é que a produção continua caindo".

"Também são ruins os dados sobre reduções substanciais no emprego e nas horas trabalhadas. Infelizmente, muitas empresas não terão alternativa, e precisarão continuar reduzindo seus quadros de funcionários e as horas de trabalho", advertiu.

Em fevereiro, mais de 103 mil empresas e indivíduos se declararam em falência, e a queda da renda das famílias deixou cerca de 8,3 milhões de proprietários com dívidas hipotecárias mais altas que o valor de suas casas no mercado.

O relatório de hoje indica que as fábricas nos EUA perderam 168 mil postos de trabalho em fevereiro, contra uma queda de 257 mil em janeiro.

O dado de fevereiro inclui 25.300 empregos perdidos na produção de maquinarias e 27.500 nas fábricas de produtos de metal.

O setor serviços perdeu em fevereiro 375 mil empregos após uma queda de 276 mil em janeiro, enquanto na construção desapareceram 104 mil, após uma baixa de 118 mil no mês anterior.

A média de horas trabalhadas se manteve em fevereiro em 33,3%, mas nas fábricas caiu de 39,8% em janeiro para 39,6%.

Durante fevereiro, a remuneração média por hora dos trabalhadores subiu US$ 0,03 (0,2%), para US$ 18,47, o que representa um aumento de 3,6% em comparação com o mesmo mês de 2008. EFE



http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1032357-5602,00-DESEMPREGO+ATINGE+NIVEL+MAIS+ALTO+NOS+EUA+EM+ANOS.html

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