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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Japão prevê dois anos de recessão; queda desastrosa das exportações

Masaaki Shirakawa, presidente do Banco do Japão


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TÓQUIO (AFP) — O Banco do Japão (BoJ) previu nesta quinta-feira dois anos de recessão para a segunda economia mundial, que enfrentou em novembro uma nova queda catastrófica das exportações, sua principal força.

Revisando drasticamente em baixa suas previsões de crescimento, o banco central japonês previu uma baixa do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,8% para o ano orçamentário 2008-2009 e de 2% para 2009-2010. Os anos fiscais, no Japão, vão de 1º de abril a 31 de março.

"As condições econômicas pioraram de forma significativa, e esta degradação deve continuar", informou o banco central em comunicado. O banco citou ainda a queda das exportações, o desaquecimento da demanda interna, o agravamento da situação no mercado de trabalho e as dificuldades crescentes das empresas para obter os financiamentos.

"As perspectivas de crescimento para os anos orçamentários 2008-2009 e 2009-2010 diminuíram significativamente, e as taxas de crescimento devem ser negativas", acrescentou. Antes desta quinta-feira, o Banco do Japão previa um crescimento de 0,1% em 2008-2009 e de 0,6% em 2009-2010.

Segundo o banco central, esta recessão prolongada será acompanhada de uma volta da deflação. Os preços ao consumo, fora produtos perecíveis, devem recuar 1,1% em 2009-2010 e 0,4% em 2010-2011.

Para o Banco do Japão, a economia do arquipélago deve recuperar seu crescimento em 2010-2011, com avanço de 1,5%.

A revisão das previsões econômicas do Banco do Japão, que aliás manteve sua taxas de juros inalterada nesta quinta-feira em 0,10%, coincide com a publicação de estatísticas particularmente desastrosas para o comércio exterior, o pulmão do crescimento do país.

As exportações japonesas caíram 35% em dezembro, um recorde histórico. O país teve no mesmo mês um terceiro déficit comercial consecutivo, uma série negra também sem precedentes.

"A noção segundo a qual o Japão é um país de superávit comerciais é para ser esquecida por enquanto", disseram economistas do Barclays Capital.

A queda das exportações foi vertiginosa para os EUA (baixa de 36,9%), a União européia (queda de 41,8%), a China (queda de 35,5%) e a Coréia do Sul (queda de 39,8%), os quatro principais clientes do Japão. Para a Espanha, onde são implantadas inúmeras fábricas de automóveis e tecnologias japonesas que importam autopeças do Japão, as exportações despencaram 63,9%.

As exportações de automóveis totais caíram 45,4%, as de semicondutores, 42,9%, as de computadores, 39,4%.

Para o conjunto de 2008, o excedente comercial japonês recuou 80%, ou seja a mais forte diminuição já registrada.

As empresas japonesas não só enfrentam a pane da demanda dos EUA e da Europa, mas também do iene frente ao dólar. A moeda americana subiu em dezembro a 90 ienes, contra 112 ienes de um ano antes.

A maioria dos economistas prevê um forte recuo da economia japonesa no último trimestre do ano fiscal 2008. Os dados oficiais do PIB serão publicados na segunda quinzena de fevereiro.

"Uma queda de 10% ou mais é inevitável", advertiu Hiroshi Watanabe, economista no Instituo de pesquisa Daiwa.


http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5gWOBOmAFUhrJNL9x27bdBFTe6jQg


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