Por Estelle Shirbon
PARIS (Reuters) - Centenas de milhares de trabalhadores marcharam em protesto por várias cidades da França, nesta quinta-feira, para exigir aumento de salários e proteção para seus empregos, pressionando o presidente Nicolas Sarkozy a fazer mais para ajudar os cidadãos comuns na crise econômica.
As manifestações foram o ponto alto de uma greve nacional de um dia convocada pelos oito principais sindicatos da França, mas a paralisação, chamada de "Quinta-Feira Negra", não parou completamente a França como outras greves fizeram no passado. O transporte público continuou a funcionar, embora com horários reduzidos.
"O governo tomou medidas para os bancos, mas hoje são os trabalhadores que sofrem", disse Charles Foulard, técnico de uma refinaria pertencente à gigante de energia Total. "Essa crise veio dos Estados Unidos, é a bolha financeira que está estourando. Não são os trabalhadores que devem pagar por isso", disse ele, em meio à multidão na Place de la Bastille, em Paris, berço da Revolução Francesa.
Sindicatos disseram que 2,5 milhões de pessoas participaram dos protestos por todo o país, incluindo 300 mil em Paris. Segundo a polícia, seriam pouco mais de 1 milhão de manifestantes.
Numa rara demonstração de unidade, os sindicatos apresentaram uma lista conjunta de reivindicações ao governo e às empresas, pedindo que Sarkozy desista de reformas vistas por eles como uma ameaça aos serviços públicos e invista em medidas de estímulo para os consumidores, e não para as empresas.
Entre as demandas específicas, estão melhores salários e melhores condições de trabalho para funcionários do transporte público, fim dos planos de reforma no setor da saúde, de corte de 13.500 empregos na educação este ano e de mudança de status dos correios, atualmente pertencente ao Estado.
Um entre três professores e operários ferroviários e um entre quatro funcionários dos correios e da companhia de eletricidade EDF faltaram do trabalho, de acordo com a gerência.
A participação do setor privado foi menor. Trabalhadores da fabricante de carros Renault marcharam em Le Havre, e um em cada seis funcionários do banco LCL estavam em greve, informaram as diretorias das empresas. Continuação...
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