Pesquisa personalizada

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Ex-funcionário matou família em Americana por dívida de R$ 16 mil, diz polícia

Leonardo Guandeline
  • R1
  • R2
  • R3
  • R4
  • R5
  • Média: 4,3

O empresário Robson Tempesta, que foi morto por funcionário - Arquivo

AMERICANA - A Polícia de Americana, cidade a 124 quilômetros da capital, informou nesta terça-feira que acredita ter esclarecido o assassinato do casal de empresários Robson e Ana Paula Tempesta e das filhas deles, Carolina, de 8 anos, e Laura, de 1 ano e 8 meses, no último dia 14 de janeiro. De acordo com o delegado titular do Departamento de Investigações Gerais (DIG) Eduardo Navarro, Robson e a mulher foram mortos a tiros pelo ex-funcionário Celso Pereira de Assis, de 34 anos , que disse ter investido R$ 16 mil na empresa de eventos do casal e não ter obtido retorno financeiro. Segundo o delegado, foi Celso quem também matou as crianças asfixiando-as com fita plástica usada para lacre.

Segundo a polícia, Celso confessou em depoimento ter matado apenas o casal e negou a morte das duas crianças. Na versão dele, as meninas foram entregues a um casal desconhecido, na cidade de Sumaré, algumas horas após a morte dos pais. De acordo com a polícia, o crime aconteceu entre 18h50m e 20h. Celso, que era piloto de Big Foot (carros gigantes) e trabalhava há cinco meses na empresa de Robson, havia marcado uma reunião com os patrões para tratar de negócios. Ele queria falar sobre o dinheiro investido na empresa. Celso foi para o escritório acompanhado de Bruno Magrini Plumbo, de 24 anos, também funcionário da empresa.

Segundo a polícia, foi Bruno quem ficou com as crianças na parte externa da residência, enquanto Celso conversava com os patrões. Bruno havia contratado como mecânico há um mês com a promessa de receber R$ 1.500,00. Mas Robson disse que pagaria apenas R$ 850 mensais ao funcionário. Segundo a polícia, ele não chegou a receber salário neste período

Para a polícia, após discutir com Robson Tempesta, Celso disparou várias vezes contra o empresário e mulher dele. Tempesta levou 12 tiros e a mulher dele foi baleada três vezes. No depoimento de Celso à polícia, ele contou que só atirou porque foi ameaçado por Robson, que teria partido para cima dele depois de discutirem sobre dinheiro.

" A polícia acredita que as crianças foram mortas porque reconheceram Celso e Bruno, que eram funcionários da empresa dos pais "

Tanto Celso quanto Bruno foram vistos por testemunhas deixando a casa dos empresários, disse o delegado Eduardo Navarro. Após assassinar o casal, Celso levou as duas crianças para a casa onde mora, em Campinas. O delegado contou que as irmãs ficaram por cerca de 2 horas na companhia de Fabiane dos Santos, mulher de Celso. Fabiane disse aos policiais que tomou conta das crianças por duas horas, e inclusive chegou a alimentar as duas irmãs. Após esse período, Celso teria pego novamente as crianças e levado para os fundos da casa com o intuito de matá-las. Apesar de Celso negar o crime, o comparsa Bruno em depoimento à polícia disse que o colega havia confessado ter matado as crianças. Fabiane afirmou que depois que o marido levou as crianças, não as viu mais.

- O casal eu matei, mas eu não mato crianças - disse Celso em seu depoimento, segundo informou o delegado.

A polícia acredita que as crianças foram mortas porque reconheceram Celso e Bruno, que eram funcionários da empresa dos pais. Celso não teria matado as crianças a tiros, porque toda munição foi usada para matar o casal na residência.

- Já temos provas testemunhais e confissões. A polícia esclareceu o crime e descarta a possibilidade de participação de qualquer outra pessoa, que não os três detidos. Ele (Celso) é frio e inteligente. Não premeditou o crime, mas depois tentou despistar a polícia até registrando um boletim de ocorrência contando que havia sido raptado por policiais - disse o delegado.

Celso e Bruno chegaram a ser ouvidos na condição de testemunhas horas após o crime. De acordo com a polícia, ambos estavam calmos e não apresentaram alterações emocionais durante os depoimentos na ocasião.

O irmão de Robson e uma prima do empresário morto estiveram na tarde desta terça-feira na delegacia seccional de Americana acompanhando a apresentação dos acusados de matar o casal. Revoltado, o irmão de Robson, Salmer Tempesta, ameaçou agredir um dos acusados no instante em que os três eram levados para uma viatura, mas foi contido por um policial civil. Um grupo de pelo menos 20 pessoas, também gritava por Justiça na saída da delegacia. Eles gritaram assassinos e 'covardes' para os acusados.

- A Justiça ainda não feita - disse Salmer.

A prima de Robson, Gisele Tempesta, disse que a família se sente mais tranquila com o esclarecimento do caso.

As irmãs Carolina e Laura mortas em Americana - Reprodução - Agora estamos mais tranquilos porque essas pessoas foram retiradas das ruas e não cometerão mais crimes contra ninguém - desabafou Gisele.

Segundo o delegado Eduardo Navarro, nenhum dos três acusados tinha passagens pela polícia. O inquérito policial deve ser finalizado nos próximos dias, após o recebimento dos laudos periciais. Já foi decretada a prisão preventiva dos três. Bruno e Celso devem responder por quatro homicídios qualificados e Fabiane por dois homicídios qualificados.

Até a tarde desta terça-feira, os três não tinham advogado constituído. A arma usada no crime, uma pistola 380, não foi encontrada pela polícia. Eles devem transferidos para um presídio da região.

Links patrocinados




http://oglobo.globo.com/sp/mat/2009/01/27/ex-funcionario-matou-familia-em-americana-por-divida-de-16-mil-diz-policia-754162517.asp

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails